MuCA impulsiona bioeconomia e turismo na Amazônia

O Museu de Ciência da Amazônia (MuCA), localizado em Belterra, tem participado da programação descentralizada da COP30, prevista para novembro, em Belém. Nas etapas preparatórias do evento, o MuCA tem desenvolvido ações voltadas ao fortalecimento de iniciativas ligadas à bioeconomia e ao turismo de base comunitária, incluindo a recepção de missões institucionais, a realização de atividades culturais e a articulação com empresas e startups com foco em soluções baseadas na natureza.
A Casa 1 Edenred, sede do Centro de Cultura Alimentar do MuCA, recebeu a Missão do Sebrae Nacional, que percorreu o circuito turístico proposto pelo museu para acolher as delegações e parceiros internacionais durante a COP30. A visita marcou um passo importante na validação da infraestrutura local, que une experiências imersivas com foco em ciência, gastronomia de floresta, arquitetura sustentável e protagonismo comunitário. O restaurante-escola, abastecido pelos Quintais Agroflorestais de Terra Preta, será um dos pontos de recepção oficial de representantes de diversos países.
Além disso, o MuCA, em parceria com o Sebrae, realizou um evento de apresentação do OkaHub — programa que irá selecionar e incubar startups nacionais com soluções sustentáveis e baseadas na natureza para participação na COP30. A proposta é destacar o potencial de inovação da floresta por meio de tecnologias regenerativas, bioinsumos, cosméticos, alimentos e sistemas agroflorestais que dialogam com os desafios globais da crise climática.
Como parte da programação, o Sebrae também reuniu nos jardins do MuCA uma feira de artesãos e produtores amazônicos, com objetos, alimentos, peças e temperos de alto valor agregado, confeccionados por comunidades tradicionais e criadores locais. A curadoria da feira reforça o papel da Amazônia como celeiro de criatividade e identidade territorial, com potencial para alcançar mercados internacionais.
Um dos grandes marcos da preparação do MuCA para a COP30 é a inauguração do serpentário, realizada em parceria com a Prefeitura Municipal de Belterra, por meio da Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente (SEMTMA). A exposição permanente, localizada nos jardins agroflorestais do museu, abriga espécies de serpentes amazônicas oriundas de uma coleção iniciada pelo Instituto Butantan, revelando sua importância simbólica, cultural e produtiva. As serpentes são, hoje, os animais de maior presença cultural no planeta e, na Amazônia, estão profundamente conectadas a lendas e tradições locais. A curadoria do espaço contou com a colaboração de um grupo de embaixadores do MuCA, que reuniram histórias que vão do mito do Sísio, no Baixo Tapajós, às narrativas de encantados presentes em diferentes territórios da floresta.
A expectativa é que o serpentário — inédito na região — se torne um dos principais atrativos turísticos da Amazônia nos próximos anos, atraindo visitantes do Brasil e do mundo. Para Luiz Felipe Moura, coordenador do MuCA, “a presença das serpentes não é apenas científica, mas profundamente cultural. Elas conectam o imaginário ancestral aos desafios contemporâneos da bioeconomia e da conservação”.
Com essas ações, o Museu de Ciência da Amazônia se consolida como um farol da ciência, da inovação e do turismo sustentável na floresta, antecipando tendências que deverão marcar presença de forma inédita na COP30. Belterra, que recebeu mais de 60 mil visitantes no último ano, projeta-se como a “Machu Picchu brasileira”, unindo história, natureza e futuro em um só território.
Os parceiros do MuCA que tornaram possíveis todas essas ações são Edenred, Pacco, Volkswagen Caminhões e Ônibus, MAN Energy Solutions, Google, Transmissoras Brasileiras de Energia (EATE, ENTE e ETEP), Taesa, Alupar, Sebrae, Prefeitura de Belterra, Sectet-PA, Governo do Pará, IPHAN, Ministério da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.