Brasileiros Chamam de Herói um bilionário usuário de drogas no governo Trump?

Quando o Patriotismo é Seletivo: A Cegueira de parte da Direita Brasileira diante de Elon Musk
É uma pena que parte expressiva da direita conservadora brasileira, aquela que se diz patriota, defensora dos valores nacionais e da soberania do Brasil, esteja disposta a fechar os olhos para fatos gritantes quando o protagonista veste a fantasia de “defensor da liberdade” com um sotaque estrangeiro.
Elon Musk, magnata da tecnologia, dono da Tesla, SpaceX e atual proprietário do X (ex-Twitter), se tornou nos últimos tempos uma espécie de herói da direita global, inclusive no Brasil. Não por suas inovações, mas por sua retórica inflamável contra instituições democráticas e autoridades que ousam colocar limites à atuação de bilionários estrangeiros em solo nacional. Sua mais recente cruzada contra o ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal é um exemplo claro de interferência externa, travestida de liberdade de expressão.
E onde está o tão propalado patriotismo nessa hora?
Enquanto Elon Musk ataca o Brasil e suas instituições com base em versões distorcidas da realidade, muitos brasileiros que dizem defender o país se calam ou, pior, aplaudem. Preferem alinhar-se com um estrangeiro, que supostamente usa substâncias como cetamina, Adderall e cogumelos psicodélicos, ecstasy do que com seus próprios compatriotas que estão defendendo o estado democrático de direito. Isso não é patriotismo. Isso é servilismo.
Segundo reportagens recentes, Musk não apenas usava drogas recreativas como também dependia de um coquetel diário de substâncias que afetavam sua saúde física e mental. Ele se comportou de forma errática em reuniões com membros do alto escalão dos Estados Unidos e promoveu discursos que beiravam o delírio, inclusive gestos nazistas. Ainda assim, continua sendo endeusado por segmentos da direita brasileira como um bastião da razão e da liberdade. Onde está o senso crítico?
A retórica de Musk contra o STF não é uma defesa da liberdade, mas sim uma afronta à soberania do Brasil. Nenhum país sério aceita que um empresário estrangeiro, ainda mais com esse histórico de comportamento instável e consumo abusivo de drogas, venha ditar regras sobre como suas leis devem ser aplicadas. Quando o ministro Alexandre de Moraes impõe limites à desinformação, está agindo em defesa da democracia, algo que qualquer patriota deveria apoiar.
Se fosse um político de esquerda com histórico de abuso de drogas, comportamento errático e alianças internacionais, a reação seria totalmente diferente. Haveria gritos de “venda da pátria”, “ameaça à moral” e “fim da civilização”. Mas quando se trata de um bilionário alinhado a Trump e à extrema-direita global, muitos simplesmente viram o rosto. Essa seletividade é, no mínimo, hipócrita.
O verdadeiro patriotismo exige coerência. Não se pode dizer defensor do Brasil e, ao mesmo tempo, aplaudir um estrangeiro que ataca suas instituições. Não se pode defender a moral e os bons costumes e, simultaneamente, idolatrar um homem cujo estilo de vida vai contra todos esses valores. O Brasil merece mais do que isso.
Trump colocou no seu governo alguém que é um viciado em drogas em uma função importante. O que Elon Musk faz com suas empresas é problema dele, mas o que ele pode fazer com um país como os Estados Unidos é problema de todos.