Por que o príncipe virou sapo?

Por que o príncipe virou sapo?

“Beijei o príncipe e ele virou sapo.” Essa frase é dita por muitas mulheres que, depois de um tempo de namoro ou casamento, se veem frustradas com a mudança de comportamento do parceiro. Aquela pessoa encantadora, gentil e atenciosa parece ter desaparecido. Surge, em seu lugar, alguém distante, grosseiro ou até mesmo negligente. A pergunta que fica é: o que deu errado?

O erro, muitas vezes, está na idealização. No início de uma relação, apaixonados, projetamos no outro tudo aquilo que desejamos. Criamos um personagem perfeito, baseado em nossas carências, expectativas e sonhos. Não nos apaixonamos pela pessoa real, mas pela imagem que construímos dela.

Com o passar do tempo, a convivência revela o que estava escondido ou ignorado. As máscaras caem, as rotinas se impõem e os conflitos aparecem. Divergências financeiras, diferenças de valores, prioridades distintas e desafios cotidianos revelam que o príncipe não era tão encantado assim. Ou talvez nunca tenha sido. O que existe, de fato, é um ser humano com falhas, limitações e inseguranças, como todos nós.

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É nesse momento que muitas relações entram em crise. Não porque o amor acabou, mas porque a ilusão se desfez. E encarar a realidade exige maturidade emocional. Exige reconhecer que não existem príncipes nem princesas, mas sim pessoas tentando amar e ser amadas da melhor forma que sabem.

Por isso, é fundamental desenvolver o autoconhecimento. A terapia pode ajudar nesse processo, permitindo que se compreenda os padrões de comportamento, as escolhas afetivas repetitivas e as idealizações que colocamos sobre o outro. Ela também oferece ferramentas para lidar com as frustrações e construir relações mais saudáveis e conscientes.

A verdade é que o príncipe não virou sapo. Talvez ele sempre tenha sido um sapo, mas você preferiu ver um príncipe. Ou talvez ele fosse apenas um homem comum, tentando se encaixar num papel que nunca lhe coube. O importante é entender que relacionamentos reais não são contos de fadas. Eles exigem diálogo, responsabilidade, respeito e, acima de tudo, verdade.

Relacionamentos não se sustentam apenas com romantismo, presentes ou promessas. Eles se sustentam com parceria, escuta, paciência e escolhas conscientes. E isso, embora menos mágico, é muito mais verdadeiro e transformador do que qualquer encantamento de história infantil.

Cleide Marchiotti
Cleide Marchiotti

Cleide Marchiotti é psicóloga clínica e psicanalista. Atua há mais de 20 anos com foco em psicanálise contemporânea e atendimento em temas como problemas de relacionamento, psicoterapia de casal, traumas psicológicos, terapia individual, sexualidade e processos de luto.

Redação O Diário de Maringá

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