O “Método PSD” de Ratinho Junior é o mesmo que mantém vereador réu no cargo em Paiçandu?

O Silêncio da Câmara e do PSD sobre vereador réu põe à prova a credibilidade do “Método Ratinho Junior”
A cidade de Paiçandu se vê mergulhada em um paradoxo inquietante. O vereador Carlos Martins, filiado ao PSD, é réu em cinco processos judiciais graves. Quatro dessas ações investigam abuso de autoridade, perseguição e desrespeito a servidoras da Câmara, condutas que, por si só, já seriam motivo de grande preocupação. Mas o cenário se torna ainda mais sombrio com o quinto processo, que corre sob segredo de justiça. Sabe-se, no entanto, que ele trata de investigação de assédio sexual contra duas servidoras da Câmara, com medidas protetivas já determinadas pelo Ministério Público em favor das vítimas e testemunhas. Os números dos processos (0002652-81.2024.8.16.0210, 0002252-67.2024.8.16.0210, 0004312-13.2024.8.16.0210, 0002244-56.2025.8.16.0210 e 0002244-90.2024.8.16.0210, este último referente ao assédio sexual) são fatos públicos que clamam por respostas.
Câmara de Maringá: Contratar mais servidores é solução ou desperdício?
A pergunta que ecoa nas ruas de Paiçandu, e que exige uma resposta imediata e contundente, é: por que os demais vereadores e a própria liderança do PSD na cidade, incluindo o prefeito Ismael Batista, ainda não tomaram providências para afastar Carlos Martins de suas funções parlamentares e do partido?
A função de um vereador transcende a mera representação política. Ela exige uma conduta ilibada, respeito à lei e, acima de tudo, respeito às pessoas que serve. As acusações de assédio sexual são de uma gravidade ímpar, pois violam a dignidade humana, criam um ambiente de trabalho tóxico e inseguro, e demonstram um total desrespeito por aqueles que deveriam ser protegidos pelo poder público. A determinação de medidas protetivas pelo Ministério Público não é um mero detalhe, é um forte indicativo da seriedade e credibilidade das denúncias.
Fazer exercício físico no inverno queima mais calorias?
A Câmara Municipal de Paiçandu tem a prerrogativa e o dever de zelar pela conduta ética de seus membros. A inação diante de tais acusações é uma omissão grave que pode ser interpretada de diversas formas: corporativismo, indiferença aos valores éticos e morais, ou até mesmo um sinal de que a instituição prefere o silêncio à justiça. A permanência de Carlos Martins no cargo, enquanto réu em processos tão sensíveis, erode a confiança da população nas instituições democráticas e no próprio Poder Legislativo local. A credibilidade do legislativo municipal está em jogo, e a mensagem que se envia à sociedade, ao permitir tal situação, é perigosa e inaceitável.
O governador Ratinho Junior tem promovido o “método PSD de gestão”, associando o partido à eficiência e à ética na administração pública. No entanto, a realidade em Paiçandu, com o vereador Carlos Martins permanecendo no PSD e em seu cargo, cria uma profunda contradição. A população espera que um partido que prega a ética adote uma postura firme diante de acusações que mancham a moralidade na política.
Embora o prefeito Ismael Batista, também uma figura importante do PSD em Paiçandu, não tenha a prerrogativa legal de afastar um vereador, essa competência é exclusiva da Câmara. Seu papel como líder partidário, porém, é fundamental. A expectativa é que ele, e o próprio partido em nível estadual, exerçam sua influência para que o PSD adote uma postura clara e exemplar. Isso incluiria a abertura de um processo disciplinar interno contra Carlos Martins, um posicionamento público de repúdio às condutas denunciadas e o apoio irrestrito às vítimas.
A ausência de qualquer providência ou manifestação contundente por parte do PSD e de suas lideranças em Paiçandu, incluindo o prefeito, pode ser vista como uma omissão ou uma falta de alinhamento com os princípios que o partido busca projetar. Essa inércia não apenas prejudica a imagem do partido, mas também reforça a sensação de impunidade e de que as acusações graves são tratadas com descaso.
A população de Paiçandu exige transparência, respeito e a certeza de que seus representantes são íntegros. O silêncio, a inércia e a falta de providências não são aceitáveis e apenas aprofundam o descrédito em relação à atuação política na cidade. É hora de a Câmara de Vereadores mostrar que está do lado da justiça, da ética e, acima de tudo, das vítimas.
A pressão da opinião pública é, neste momento, a ferramenta mais poderosa para que as lideranças políticas sejam forçadas a agir. É fundamental que os cidadãos de Paiçandu continuem a questionar, a exigir respostas e a cobrar que a moralidade e a justiça prevaleçam sobre o corporativismo e a omissão.
Qual sua opinião sobre o impacto do silêncio das instituições em casos como o de Carlos Martins na confiança da população na política?