O inverno não interrompe o ciclo de transmissão da dengue

O inverno não interrompe o ciclo de transmissão da dengue

Mesmo com a chegada do inverno, o risco da dengue permanece alto. O sanitarista Raimundo Franco, com ampla trajetória em saúde pública, incluindo passagens pelo Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e coordenação da 15ª Regional de Saúde, fez um alerta contundente, o mosquito Aedes aegypti não desaparece com o frio, apenas reduz sua atividade.

Atualmente atuando na Vigilância Ambiental de Marialva, Franco reforça que o controle do vetor deve ser contínuo, independentemente da estação. “A ideia de que o frio elimina o mosquito é um mito. Ele apenas entra em uma fase de menor atividade, mas os ovos permanecem viáveis por mais de um ano, aguardando o retorno da chuva para eclodir”, explica.

Franco detalha o ciclo de transmissão da doença. O Aedes aegypti não nasce contaminado. Ele precisa picar uma pessoa infectada durante o período de viremia, em média sete dias após o início dos sintomas, para só então, após um período de incubação no próprio organismo, transmitir o virus a outras pessoas. Por isso, cada mosquito infectado se torna um vetor de risco.

Além disso, ele reforça que a classificação da dengue mudou, não se fala mais em “dengue hemorrágica, mas sim em dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave. Os sinais de alerta incluem dor abdominal intensa, sangramentos espontâneos e queda acentuada no número de plaquetas. aumentando o risco de hemorragias internas.

O especialista também desmistifica o uso do fumacê, alertando que o inseticida só é aplicado em situações de epidemia, devido aos danos ambientais e à possibilidade de resistência por parte dos mosquitos. “O veneno atinge também outros insetos importantes para o equilíbrio ambiental, como abelhas e bichos-da-seda”, ressalta.

A recomendação segue a mesma, eliminar criadouros. Vasos de planta, calhas entupidas, caixas d’água mal vedadas e até pequenos recipientes esquecidos nos quintais podem se transformar em berçários para o mosquito.

Por fim, Franco destaca a importância da hidratação para quem apresenta sintomas da doença. “A ingestão de líquidos é fundamental para evitar complicações. E ao menor sinal de agravamento, é imprescindível buscar atendimento médico.”

Redação O Diário de Maringá

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