Sorria: Você supostamente está sendo roubado

Uma recente pesquisa de preços da cesta básica realizada pelo Procon de Maringá revela uma realidade alarmante, mas que também entrega a chave para a mudança diretamente nas mãos do cidadão: a variação de até 295,32% no preço de um mesmo item em diferentes supermercados da cidade. O levantamento, feito nos dias 7 e 8 de julho de 2025, escancara que, se os preços altos existem, é porque há consumidores dispostos a pagá-los.
O exemplo mais gritante encontrado pela fiscalização foi o do pacote de papel higiênico com 4 unidades. O produto podia ser encontrado por R$ 2,78 em um estabelecimento e por R$ 10,99 em outro – uma diferença que não pode ser justificada apenas por logística ou negociação com fornecedores. A pergunta que fica é: por que pagar quase R$ 11 em um produto que se pode comprar por menos de R$ 3?
A disparidade não para por aí. Itens essenciais no dia a dia do brasileiro também apresentaram variações expressivas, que pesam no orçamento familiar:
- Sabão em pó (800g): variação de 291,58%
- Sabão em barra (5 unidades): variação de 218,31%
- Margarina (pote de 500g): variação de 186,25%
- Café em pó (500g): variação de 177,23%
Esses números demonstram que a prática de pesquisar antes de comprar deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade. A pesquisa do Procon, que avaliou 20 itens em 11 supermercados, serve como um mapa do tesouro para a economia doméstica.
A prova do impacto da escolha do local de compra é a diferença no custo final da cesta básica. Somando todos os itens pesquisados, o consumidor poderia gastar de R$ 139,08 no mercado mais barato até R$ 189,02 no mais caro. São R$ 49,94 de economia potencial, um valor significativo que poderia ser investido em outras necessidades da família.
Além da variação entre os estabelecimentos, a pesquisa também apontou um aumento de 3,29% no preço médio da cesta em relação ao mês anterior, passando de R$ 153,26 em junho para R$ 158,31 em julho. Este cenário de alta reforça ainda mais a importância do consumidor assumir seu protagonismo.
A mensagem é clara: o poder de forçar os preços para baixo está com quem compra. Ao se recusar a pagar valores abusivos e ao privilegiar os estabelecimentos que oferecem preços justos, o consumidor envia um recado direto ao mercado. Se a demanda pelos produtos mais caros diminuir, a tendência natural é que os preços se ajustem para baixo para atrair a clientela. Portanto, a maior ferramenta contra a inflação e a especulação de preços é a informação e a ação consciente de cada cidadão na hora da compra.