Alguém precisa avisar Ratinho Junior que a crise na PR-317 é mais urgente que a eleição de 2026?

Alguém precisa avisar Ratinho Junior que a crise na PR-317 é mais urgente que a eleição de 2026?

Enquanto o governador Ratinho Junior parece mais focado em pavimentar seu caminho para uma futura candidatura presidencial, a realidade em trechos do Paraná se deteriora. Um exemplo flagrante dessa desconexão entre a agenda política e as necessidades da população é a situação da PR-317. No trecho de 22 quilômetros que liga Maringá a Iguaraçu.

A empresa TCE/Triunfo, desabilitada da obra por problemas contratuais, deixou para trás mais do que um canteiro de obras paralisado. Deixou 110 trabalhadores à própria sorte, sem o último salário, sem verbas rescisórias e, segundo relatos, com um rombo de oito meses nos depósitos do FGTS. Diante do silêncio e da inércia, a única saída encontrada por eles foi o protesto.

Na manhã desta segunda-feira, a rodovia tornou-se o palco de suas vozes. Entre 9h e 11h30, em uma manifestação ordeira, os trabalhadores interromperam o tráfego em intervalos, buscando visibilidade para sua causa. O apoio de motoristas que passavam, com buzinas em solidariedade, contrastou com a tensão de um incidente grave: um caminhoneiro irresponsável furou o bloqueio, jogando o veículo contra os manifestantes e quase provocando uma tragédia. A Polícia Rodoviária, ausente durante o ato, só chegou ao local após o fim do protesto.

A cena de um ônibus atravessado no portão da empresa, para impedir a retirada de equipamentos antes da quitação de dívidas, simboliza o caos e a quebra de confiança. O apelo dos trabalhadores, amparados pelo Sintrapav/PR, é direto: eles cobram que o Governo do Estado, como contratante final da obra, saia da posição de mero espectador. A exigência é por uma intervenção que medie o conflito e garanta seus direitos, especialmente porque a empresa em questão possui outros contratos vigentes no Paraná.

A mobilização na PR-317 serve como um duro lembrete ao governador: seu mandato ainda não terminou. Enquanto a pré-campanha para 2026 consome tempo e energia, problemas reais e urgentes demandam a atenção de quem foi eleito para governar o estado. Para os 110 trabalhadores e suas famílias, a política do futuro não paga as contas do presente. Eles esperam uma ação concreta, uma solução que demonstre que a gestão estadual ainda se importa com o povo do Paraná.

Redação O Diário de Maringá

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