Empresa fornece 6 dicas para a correta escolha dos fios e cabos elétricos
Ao planejar uma instalação elétrica, muitos consumidores se deparam com uma dúvida crucial: como escolher fios e cabos elétricos realmente seguros e de alta qualidade? A resposta vai muito além do preço e envolve uma análise cuidadosa de diversos fatores.
A compra de materiais elétricos exige atenção a detalhes como certificações, procedência e recomendações técnicas. E a aquisição de produtos inadequados pode comprometer não apenas o funcionamento da instalação elétrica, como também pode afetar a segurança da edificação e ainda colocar vidas em risco.
“Pelo fato de os condutores elétricos não ficarem visíveis (na maioria dos casos estão dentro das paredes), muitas pessoas acabam não dando a devida importância na hora de comprar esses produtos. Por isso, economizar é palavra proibida na hora de adquirir os fios e cabos, pois ao obter materiais de qualidade duvidosa será comprometido o funcionamento e a segurança da instalação elétrica, e aparecerão problemas como o aumento no consumo de energia elétrica, além de curtos-circuitos e até mesmo incêndios”, ressalta o professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da COBRECOM.
De acordo com o profissional, uma dica importante é sempre desconfiar de fios e cabos elétricos com preços muito baixos. Além disso, é fundamental adquirir materiais de marcas reconhecidas no mercado para ter uma instalação de qualidade, segura e confiável.
Dica 1 – Correta aquisição
O primeiro passo é buscar referências sobre a marca que está sendo comprada, sobre a empresa que o fabrica, quantos anos está no mercado, entre outros.
“Além da busca por empresas conhecidas e de procedência, antes de comprar fios e cabos elétricos é preciso verificar na etiqueta de identificação do produto se contém o Selo do Inmetro. Deve ser inclusive checado no site desse órgão certificador se o número de registro do fabricante está válido, pois também existe a falsificação desse selo”, afirma Hilton Moreno.
Também é importante checar se o fabricante é associado da Qualifio (Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos), que é mais uma garantia de confiança na hora de comprar fios e cabos elétricos seguros e de qualidade, já que a entidade testa e avalia com muito rigor os produtos tanto de fabricantes associados, como também os das empresas não associadas.
Hilton Moreno também recomenda comprar os cabos em lojas idôneas que prezam por vender materiais de boa qualidade. Porém, é importante fazer uma pesquisa de preços e, se houver uma marca de cabo extremamente mais barata do que as outras, pode ser que esse condutor elétrico esteja fora de norma.
“Ter o apoio de profissionais do segmento elétrico experientes na hora de adquirir os fios e cabos, além de outros materiais elétricos, é sempre uma alternativa interessante para comprar produtos de qualidade e segurança comprovadas”, indica o consultor técnico da COBRECOM.
Dica 2 – Segurança garantida
Hilton Moreno explica que de nada adianta ter o melhor projeto de instalação elétrica se os materiais adquiridos não tiverem os requisitos mínimos estabelecidos e normas e qualidade.
“A economia inicial com a compra de condutores elétricos irregulares, por exemplo, sempre resultará em prejuízos e gastos maiores com a revisão da instalação elétrica, uma vez que, para resolver o problema, será necessário comprar novos produtos certificados e gastar com a mão de obra para essas correções”, adverte Moreno.
Dica 3 – Condutores elétricos devem ser dimensionados corretamente
Hilton Moreno ressalta que antes da aquisição de todos os materiais elétricos é fundamental que o responsável pelo projeto elétrico faça o dimensionamento da instalação. Com isso, serão especificadas as quantidades e as seções nominais dos fios e cabos de todos os circuitos elétricos.
“Ao adquirir fios e cabos com as seções corretas, o consumidor terá uma instalação elétrica segura e sem os riscos de ter gastos a mais com a conta de energia elétrica por causa do aquecimento excessivo do material”, completa.
Dica 4 – Os Cabos PP isolados para 500 V não podem ser especificados em edificações
Esses condutores elétricos, por terem isolação para 500 volts, não são permitidos pela norma para uso em instalações fixas, pois são indicados apenas para a ligação de aparelhos eletrodomésticos, máquinas e ferramentas elétricas portáteis. Além disso, não possuem propriedades antichama.
Hilton Moreno lembra que instalações fixas são aquelas que vão do quadro de luz até os pontos de tomadas, iluminação, aquecimento, motores, entre outros; utilizando eletrodutos, canaletas ou outros tipos de linhas elétricas.
Dica 5 – Cabos de alumínio cobreado causam diversos problemas
Hilton Moreno esclarece que esses produtos não podem ser usados, porque não estão previstos nas normas técnicas de instalação.
O principal risco do uso de cabos de alumínio cobreado é a ocorrência de incêndios devido a problemas de sobreaquecimento nas emendas e terminações de cabos elétricos.
Dica 6 – Cabos ‘desbitolados’ também são proibidos
Esses condutores elétricos, por serem irregulares, comprometem a instalação elétrica, já que eles não atendem os itens mínimos recomendados pelas normas técnicas e, geralmente, empregam materiais de baixa qualidade e com dimensões insuficientes.
“Esses cabos são chamados de ‘desbitolados’, pois possuem menor quantidade de cobre que o exigido pelas normas técnicas. Além disso, o cobre utilizado muitas vezes não tem a pureza exigida para fins elétricos, porque usam cobre de sucata com alto grau de impurezas”, revela Hilton Moreno.
Além disso, por ser subdimensionado, o produto conduz menos energia e pode resultar no aquecimento indevido dos condutores (sobrecarga) e o consequente aumento na conta de luz, nos desarmes frequentes dos disjuntores e em curtos-circuitos e incêndios. Outro problema é que esses condutores não contam com a mesma qualidade de isolação que os produtos certificados.
Além disso, os rolos desses condutores elétricos geralmente possuem menos de 100 metros, embora a embalagem indique essa quantidade, ou seja, o dono da obra terá que comprar mais material para completar a instalação elétrica.