A Conta da ‘Meia Verdade’: Como a viagem de Giselli Bianchini a Brasília custou caro para o contribuinte

A Conta da ‘Meia Verdade’: Como a viagem de Giselli Bianchini a Brasília custou caro para o contribuinte

Giselli Bianchini: Depois da mentira na tribuna, a meia verdade sobre a viagem a Brasília?

Cada voto depositado na urna carrega uma esperança: a de que a pessoa eleita usará seu tempo, sua voz e os recursos públicos para melhorar a vida na cidade. É um pacto de confiança. Mas o que acontece quando esse pacto parece ser quebrado, não de uma vez, mas em uma sucessão de atos que sugerem que a prioridade não é a cidade, mas a carreira? A atuação da vereadora Giselli Bianchini (PP) em Maringá se tornou um doloroso estudo sobre essa questão.

A história começa com uma viagem a Brasília, vendida ao público como de “custo zero”. Uma verdade conveniente, mas parcial. Enquanto a vereadora de fato não embolsou diárias, nós, os contribuintes, pagamos seu salário e o de seu assessor para aqueles dias de ausência. É o dinheiro do seu imposto, daquela nota fiscal que você pede, financiando o que na prática se revelou um tour político para produção de fotos e contatos. Naquele momento, o mandato não trabalhava para Maringá, mas para a construção de uma imagem.

A suspeita de que o cargo se tornara um projeto pessoal se confirmou de forma inegável com as recentes mudanças em seu gabinete. Trocar assessores experientes nos problemas da cidade por especialistas em marketing revela uma verdade desconfortável: a estrutura que deveria ouvir seu bairro e buscar soluções para sua rua está sendo reformatada como um comitê de pré-campanha disfarçado. O foco se desloca dos problemas de Maringá para as ambições de uma candidatura a deputada federal.

É nesse ponto que a crítica se aprofunda e atinge o campo dos princípios. Assistimos a um espetáculo da conveniência, onde uma parlamentar com histórico de apoio a pautas antidemocráticas e flertes com o golpismo, de repente, abraça o sistema eleitoral como seu caminho para o poder. A democracia, antes um alvo, hoje é um palco. A pergunta que fica no ar, ecoando um profundo cinismo, é: essa conversão é por convicção ou por oportunidade? Acredita-se na democracia para servir ao povo, ou usa-se a democracia para se servir dela?

Juntando as peças, que são a viagem, a reestruturação do gabinete e a contradição ideológica, o desenho que se forma é o de um desprezo pela inteligência do eleitor. É o retrato de um mandato que parece ter se esquecido para quem ele deve servir. A política não pode ser um espetáculo de ambição pessoal custeado pelo povo. Cabe a nós, cidadãos, diferenciar o serviço público genuíno do teatro político. Afinal, uma cidade é feita de cidadãos, não de plateias.

Redação O Diário de Maringá

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