Duas Posturas: Ratinho culpa “empresa ruim” e se afasta; em Iguaraçu, prefeito e vice se mobilizam por operários

Duas Posturas: Ratinho culpa “empresa ruim” e se afasta; em Iguaraçu, prefeito e vice se mobilizam por operários

Em uma clara demonstração de apoio aos trabalhadores locais, o prefeito de Iguaraçu, Claudio Bernini, e o vice-prefeito, Elias Parladore, receberam na manhã desta sexta-feira (18) uma comitiva formada por Luis Alves de Oliveira, do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada do Paraná (Sintrapav/PR), e por funcionários das empresas Triunfo e TCE. Os trabalhadores, em sua maioria residentes de Iguaraçu, estão sem receber as verbas trabalhistas e rescisórias referentes às obras de duplicação da rodovia PR-317, que liga o município a Maringá.

O encontro teve como pauta principal a busca por uma solução para o impasse, que se arrasta há meses e tem gerado grande apreensão entre as famílias dos operários. O prefeito e o vice-prefeito se comprometeram a pressionar as empresas responsáveis pelo pagamento dos direitos trabalhistas, como o depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que segundo relatos, não é realizado há oito meses.

A postura da liderança municipal de Iguaraçu contrasta fortemente com a do governador Ratinho Junior, que em declarações recentes, admitiu que a empresa contratada para a obra “é ruim”, mas buscou isentar seu governo de responsabilidade direta no imbróglio trabalhista. “Nós levamos azar, a empresa é muito ruim ali”, afirmou o governador.

No entanto, para os trabalhadores e seus representantes, a questão vai além do “azar”. Eles apontam para uma falha de fiscalização por parte da Agência Reguladora do Paraná (Agepar), órgão do governo estadual responsável por regular e fiscalizar os contratos de concessão e obras públicas. A crítica é que, se a Agepar estivesse cumprindo seu papel de forma rigorosa, a situação de inadimplência, especialmente a ausência prolongada dos depósitos do FGTS, teria sido identificada e coibida muito antes, evitando o atual cenário de incerteza.

PR-317: Azar de uma empresa ruim ou de um governador omisso?

O governador anunciou que o contrato com o consórcio Triunfo/TCE foi rescindido e que outra empresa assumirá as obras, com a promessa de entrega para dezembro deste ano. A declaração, contudo, é recebida com ceticismo pelos trabalhadores. Eles ameaçam não permitir que uma nova empreiteira inicie os trabalhos no canteiro de obras enquanto suas pendências financeiras não forem integralmente quitadas.

Enquanto o governo estadual se distancia da responsabilidade direta, a administração de Iguaraçu se posiciona como mediadora e defensora dos direitos de seus cidadãos, intensificando a pressão sobre as empresas e buscando garantir que os trabalhadores não sejam os maiores penalizados pela má gestão contratual e pela falta de fiscalização adequada. A mobilização em Iguaraçu sinaliza que a conclusão da duplicação da PR-317 pode enfrentar novos obstáculos, desta vez, justificados pela luta por direitos trabalhistas básicos.

Redação O Diário de Maringá

Redação O Diário de Maringá

Notícias de Maringá e região em primeira mão com responsabilidade e ética

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *