Segundo semestre começa com sinais mistos para MPEs

Segundo semestre começa com sinais mistos para MPEs

O segundo semestre de 2025 tem início em meio a um cenário que mistura moderação econômica e expansão do empreendedorismo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB nacional avançou 1,4% no primeiro trimestre, impulsionado pelo setor de serviços. Ao mesmo tempo, o portal gov.br registrou a abertura de 1,4 milhão de novos pequenos negócios apenas entre janeiro e março. A consolidação desse movimento, no entanto, dependerá da evolução do mercado diante de sinais recentes de contenção.

De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, divulgado no fim de julho, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 se mantem em 2,23%, após subir 0,02% no mês anterior. A estimativa da inflação, por outro lado, segue em trajetória de queda e chegou a 5,09%, a menor taxa desde o início do ano. 

Para Rafael Caribé, CEO da Agilize Contabilidade, especializada em PMEs, o momento é de leitura atenta do ambiente macroeconômico. “A oscilação de indicadores como consumo, crédito e inflação aponta para um semestre de ajustes graduais, o que deve refletir diretamente na operação dos pequenos negócios”, afirma.

O comércio varejista, tradicional termômetro da economia, também registra movimentações importantes. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio divulgada em julho pelo IBGE, houve queda de 0,2% em maio frente a abril, que já havia apresentado recuo de 0,4%. Ainda assim, o acumulado de 2025 mostra crescimento de 2,2%, e nos últimos 12 meses, a alta é de 3%. Esse comportamento reforça a tendência de desaceleração no curto prazo, mas não exclui perspectivas de retomada com a chegada de datas comerciais relevantes.

O ambiente digital se mantém como um importante motor de crescimento. Apenas no primeiro semestre de 2025, as PMEs on-line movimentaram R$ 3 bilhões em vendas — alta de 50% frente ao mesmo período de 2024 — com mais de 40 milhões de produtos vendidos, segundo a Nuvemshop. O número reforça o papel da digitalização como vetor de escala, mesmo em contextos de crescimento econômico moderado.

Para Rafael Caribé, o desempenho digital e a preparação para as principais datas do segundo semestre podem ditar o ritmo de fechamento do ano. “É um período decisivo. O comportamento do mercado nos próximos meses tende a influenciar diretamente os planos de expansão e o posicionamento competitivo das pequenas empresas em 2026”, conclui.

DINO