Desqualificado para o Cargo: Proteger Cris Lauer te desqualifica como legislador

A situação envolvendo a vereadora Cris Lauer, com condenação na justiça e provas em áudios de improbidade administrativa, é um espelho da fragilidade das instituições democráticas quando a omissão toma conta do cenário político. Se, a despeito das provas contundentes e de uma decisão judicial, a vereadora escapar impune devido à passividade dos seus pares, o questionamento sobre a capacidade e a integridade dos demais vereadores se torna inevitável.

A indevida utilização de recursos, o desrespeito aos colegas vereadores, o destrato a servidores da câmara e à imprensa, e as ofensas proferidas por ela contra familiares do prefeito (chamados de “peroba” e “perobinha”) já seriam motivos suficientes para uma atuação firme por parte da comissão investigadora e, posteriormente, do plenário da Câmara. No entanto, a tentativa de Lauer de intimidar assessores de outros vereadores durante as audiências da comissão, sugerindo que também poderiam ser cassados, revela não apenas um comportamento de desespero, mas também uma estratégia para desviar o foco de suas próprias infrações.

A passividade dos vereadores em cassar um mandato, diante de tamanha evidência de mau uso da máquina pública, conduta incompatível com o cargo e, agora, condenação judicial, seria a prova cabal de que eles falharam em sua função primordial. Se não conseguem coibir as irregularidades dentro de sua própria casa, como podem ter a moral e a competência para fiscalizar o Poder Executivo? A credibilidade da Câmara Municipal seria irremediavelmente comprometida, transformando-a em um palco de conivência e ineficácia.

Nesse cenário hipotético de impunidade, a renúncia dos vereadores que se calarem diante das irregularidades de Cris Lauer não seria apenas um gesto de decência, mas uma exigência moral. A permanência deles no cargo seria uma afronta à população, que espera de seus representantes a defesa intransigente da ética e da lei. A permissão para que a vereadora Cris Lauer siga impune, apesar dos áudios, de sua postura desrespeitosa e da condenação na justiça, transformaria a Câmara em um clube de compadres, afastando ainda mais os cidadãos da política e aprofundando a já existente descrença nas instituições públicas.