Enquanto Lula move-se para baratear veículos, Ratinho Jr. e GOVERNADORES do Sul-Sudeste preferem manter o custo nas alturas!

Por Gilmar Ferreira
A posição do governador Ratinho Junior na discussão sobre o preço dos carros elétricos no Brasil é, no mínimo, contraditória. Ele está entre os governadores de Minas Gerais (Romeu Zema), Rio de Janeiro (Cláudio Castro), Rio Grande do Sul (Eduardo Leite), Santa Catarina (Jorginho Mello) e São Paulo (Tarcísio de Freitas) que enviaram uma carta ao vice-presidente Geraldo Alckmin. O objetivo? Adiar a redução tarifária para a importação de kits de veículos elétricos (SKD e CKD). Essa medida solicitada por Ratinho e outros governadores, se aprovada, tornaria os carros elétricos mais caros para o consumidor brasileiro.
A justificativa oficial é a “proteção da indústria nacional”. No entanto, essa defesa esbarra em uma realidade incômoda: a pesada carga tributária estadual, especialmente o ICMS. Se a preocupação real fosse com a competitividade da produção nacional e o acesso do brasileiro a carros mais limpos, por que não se concentrar em reduzir ou até mesmo isentar o ICMS sobre os veículos produzidos no Brasil?
Enquanto o governo federal tem demonstrado um esforço concreto, por exemplo, ao isentar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para alguns modelos de carros – uma medida que pode gerar cortes de até R$ 13 mil no preço final e já beneficia diversos veículos de marcas como Fiat, Hyundai, Renault e Volkswagen –, a postura dos estados parece ir na contramão.
E a contradição de Ratinho Junior se aprofunda ainda mais. O governador do Paraná, enquanto pleiteia o adiamento de medidas federais que visam baratear os elétricos, elevou a alíquota geral do ICMS no seu próprio estado para 19,5%, com vigência a partir de março de 2024. Isso significa que, ao mesmo tempo em que argumenta contra a entrada de produtos mais baratos que poderiam incentivar o mercado, ele impõe um custo maior sobre os cidadãos do Paraná.
Essa incoerência levanta uma pergunta incômoda: será que a “fome” em cobrar impostos do povo está se sobrepondo ao desejo de promover um futuro mais sustentável e acessível? Ratinho Junior, como pré-candidato à presidência, teria a oportunidade de mostrar uma visão de liderança diferente, descolada da prioridade na arrecadação a qualquer custo. Uma política audaciosa de redução do ICMS para veículos no Paraná não só baratearia os carros para os paranaenses, mas também atrairia investimentos e impulsionaria a indústria local.
Governadores pedem adiamento da redução tarifária para veículos eletrificados
Atualmente, o que se observa é uma inércia que prejudica o consumidor brasileiro e atrasa o país na corrida global pela eletrificação. A proteção da indústria é importante, sim, mas não pode ser um pretexto para manter impostos elevados e frear o avanço tecnológico em detrimento do acesso popular a veículos mais sustentáveis.