Mais autonomia, mais lucro: moeda do BRICS blinda o agronegócio brasileiro de turbulências do dólar

Mais autonomia, mais lucro:  moeda do BRICS blinda o agronegócio brasileiro de turbulências do dólar

A crescente discussão sobre a criação de uma moeda própria pelo bloco BRICS, que hoje representa aproximadamente 48,5% da população mundial, tem gerado debates acalorados no cenário econômico e político mundial. De um lado, a iniciativa é vista como um passo para a autonomia econômica dos países emergentes; do outro, ela representa uma ameaça direta à hegemonia do dólar americano, uma das principais fontes de poder dos Estados Unidos.

Produzir café no Brasil é um negócio da China

Para os países do BRICS, a principal vantagem de uma moeda própria é a redução da dependência do dólar. Atualmente, a maioria das transações internacionais, incluindo o comércio entre os próprios membros do bloco, é realizada na moeda americana. Para o Brasil, isso significaria uma grande vantagem, especialmente para o agronegócio e outros setores que exportam commodities, como soja e minério de ferro, que poderiam negociar diretamente com a China em uma moeda do BRICS, ou mesmo em suas moedas locais. Isso eliminaria as taxas de conversão e os riscos cambiais atrelados às flutuações do dólar. Além disso, o bloco ganharia autonomia econômica e resiliência, tornando-se menos vulnerável a sanções e bloqueios financeiros. A iniciativa também minimizaria os riscos cambiais e a volatilidade associada à dependência da economia americana. Uma moeda comum ainda poderia reduzir os custos de transação e promover uma maior estabilidade financeira interna no bloco, encorajando um crescimento ainda maior do comércio entre os membros. Ao desafiar a dominância do dólar, o BRICS fortaleceria sua posição como um agrupamento de países que defende um mundo multipolar, o que se traduz em maior influência política e diplomática no cenário global.

A dominância do dólar no comércio mundial concede aos EUA uma série de vantagens econômicas significativas, como o poder de emitir a moeda global, controlar o sistema financeiro e financiar sua dívida com juros mais baixos. É por isso que a iniciativa do BRICS é vista com tanta preocupação, especialmente por líderes como Donald Trump. A ameaça de uma moeda do BRICS representa a possibilidade de perda de poder e influência para os EUA, já que a diminuição da demanda global por dólares enfraqueceria a capacidade de Washington de impor sanções e influenciar a política global. Além disso, o risco de uma desvalorização do dólar teria impactos significativos na economia brasileira. Se o dólar perdesse valor, o real poderia se valorizar em relação à moeda americana. Isso baratearia as importações para o Brasil, como insumos industriais e tecnologia, mas também tornaria as exportações brasileiras mais caras para paises que adotam o dollar como moeda. A longo prazo, a perda da hegemonia do dólar poderia simbolizar uma mudança na ordem internacional, com o surgimento de novas potências econômicas.

Explicando a foto

O debate sobre a moeda do BRICS, portanto, é mais do que uma questão econômica; é uma disputa de poder sobre a futura ordem mundial, onde os EUA lutam para manter sua influência, enquanto os países emergentes buscam maior autonomia e voz no cenário global.

Redação O Diário de Maringá

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