Produzir café no Brasil é um negócio da China

Risco e oportunidade: produtores de café enfrentam tarifa nos EUA e ganham novo mercado na China
A frase “É um negócio da China” é uma expressão popular na língua portuguesa, principalmente no Brasil. Ela é usada para descrever algo que é extremamente vantajoso, lucrativo e rentável.
Quando alguém diz que algo “é um negócio da China”, significa que essa oportunidade, transação ou empreendimento é tão bom que parece ter um potencial de lucro enorme. A origem da expressão está ligada à percepção, historicamente construída, de que o comércio com a China, um país vasto e com uma economia gigantesca, sempre foi visto como algo com imenso potencial de ganho.
Em resumo, a frase significa que algo é um ótimo negócio, uma grande oportunidade ou uma barganha imperdível.
A China habilitou 183 novas empresas brasileiras de café para exportar, um anúncio feito pela Embaixada da China no Brasil neste domingo, 03 de agosto de 2025. A medida, com validade de cinco anos, surge em um momento de incerteza para o setor, já que os Estados Unidos oficializaram uma taxação de 50% sobre o café brasileiro, que entrará em vigor a partir de 6 de agosto.
O anúncio chinês é visto como uma oportunidade estratégica, já que os EUA são o principal destino do café brasileiro. Nos primeiros seis meses de 2025, o país importou mais de 3,3 milhões de sacas de 60 quilos, enquanto a China, que ocupa a décima posição, importou cerca de 530 mil sacas no mesmo período. A taxação de Trump, que não incluiu o café na lista de exceções, levanta preocupações no setor, e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) afirmou que continuará as negociações para reverter a situação.
Enquanto isso, a China demonstra um crescente interesse pelo produto. As importações líquidas de café no país cresceram 13,08 mil toneladas entre 2020 e 2024, e o consumo per capita, embora ainda baixo, está em expansão. Para pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), a nova tarifa americana poderá forçar os produtores brasileiros a buscar ativamente novos mercados, o que exigirá agilidade logística e estratégica para mitigar os prejuízos. O Ministério da Agricultura e o Cecafé ainda não se manifestaram sobre a medida chinesa.