Instituto Mais Identidade discute câncer de cabeça e pescoço

Com uma programação sensível e interdisciplinar, o Instituto Mais Identidade, em parceria com a UNIP, promoveu o evento “Julho Verde – Identidades em Ação: Prevenção ao Câncer de Cabeça e Pescoço”, reunindo especialistas, estudantes, pacientes e apoiadores para discutir os desafios e avanços no enfrentamento dessa doença que impacta milhares de brasileiros todos os anos. O encontro trouxe à tona a importância da conscientização, do diagnóstico precoce e da reabilitação integral, destacando a necessidade de olhar para além do tratamento clínico e considerar os aspectos psicossociais e a reintegração social do paciente.
 
Uma programação completa e humana
 
O evento foi marcado por palestras que destacaram a atuação de equipes multidisciplinares, a importância de preparar futuros profissionais para a realidade do cuidado oncológico, além de abordar a prevenção dos cânceres de boca e pescoço, os principais sinais de alerta, as opções de tratamento e a reabilitação física e emocional:
 
O Prof. Dr. Cristiano Schiavinato Baldan (UNIP) abriu o evento com a palestra “O papel do curso de Medicina da UNIP na promoção da saúde e cidadania”, destacando como a formação médica deve estar integrada às necessidades reais da sociedade e mostrando como a UNIP, apoiadora do Mais Identidade, tem preparado seus alunos com essa formação de consciência. 
 
Já a Dra. Juliana Cristina Pacheco (EPM/Einstein) apresentou o panorama do câncer de cabeça e pescoço no Brasil, reforçando que feridas na boca que não cicatrizam, manchas persistentes, rouquidão prolongada ou pequenos nódulos no pescoço são sinais que não devem ser ignorados.
 
O Prof. Dr. Luciano Dib (UNIP e Instituto Mais Identidade) falou sobre o impacto do diagnóstico precoce na redução de sequelas e explicou como a atuação do Instituto Mais Identidade tem ampliado o acesso à reabilitação bucomaxilofacial.
 
A Dra. Ana Carolina Gonçalves (Comitê Científico da ACBG Brasil e A.C.Camargo Cancer Center) abordou a fisioterapia como ferramenta de recuperação funcional e melhoria da qualidade de vida para pacientes acometidos pelo câncer.
 
Já o psicólogo Nicolas François Cohen (Instituto Mais Identidade) destacou a importância da assistência psicossocial no tratamento oncológico, lembrando que recuperar a autoestima e a identidade é tão fundamental quanto tratar a doença.
 
A Francisca Regivania, paciente oncológica, emocionou o público com seu relato. Diagnosticada aos 4 anos com retinoblastoma em estágio avançado, ela precisou passar por uma cirurgia que resultou na perda de um dos olhos. Ao longo da vida, enfrentou momentos de profunda tristeza e depressão, mas hoje se encontra bem e realizada com a maternidade e a carreira profissional. Sempre que pode, ela compartilha sua própria história com muita emoção e consciência da importância do diagnóstico precoce.
 
Após as apresentações, houve um debate aberto entre os palestrantes e o público, que pôde fazer perguntas, compartilhar histórias e refletir sobre temas como a importância de difundir informações sobre o câncer de cabeça e pescoço, a reabilitação integral de pacientes e o papel das instituições na conscientização social. Esse momento ampliou a conexão entre profissionais, pacientes e apoiadores, reforçando que a prevenção e a reabilitação são responsabilidades coletivas, que envolvem ciência, educação e acolhimento humano.
Ao longo do evento, os especialistas reforçaram que sinais aparentemente simples podem ser decisivos para o diagnóstico precoce. Uma ferida que não cicatriza, uma “espinha” que não desaparece, manchas brancas ou avermelhadas na boca, dor persistente ao engolir ou alterações na voz precisam ser investigadas com urgência. Quando identificada no início, a doença tem altas chances de cura e tratamentos menos invasivos. Porém, a falta de informação ainda faz com que muitos pacientes cheguem aos serviços de saúde apenas em estágios avançados, quando as sequelas físicas e emocionais são mais complexas.
 
Reabilitação que resgata identidade
 
Um dos pontos mais impactantes do evento foi a reflexão sobre a reabilitação bucomaxilofacial, área em que o Instituto Mais Identidade é referência. Uma prótese de nariz ou ocular vai muito além de um recurso técnico: ela devolve ao paciente a possibilidade de se reconhecer, resgatar sua autoestima e retomar o convívio social.
Além do cuidado físico, o Instituto atua de forma integrada com psicólogos e assistentes sociais, promovendo a reconstrução da identidade pessoal e social após o tratamento oncológico.
 
O evento Julho Verde – Identidades em Ação reafirmou o compromisso do Instituto Mais Identidade e da UNIP em promover saúde, cidadania e acolhimento, unindo ciência, tecnologia e humanização para transformar vidas.
 
Sobre o Instituto Mais Identidade
O Instituto Mais Identidade é uma organização sem fins lucrativos formada por uma equipe transdisciplinar altamente especializada em reabilitação bucomaxilofacial, que atua na causa das pessoas com deficiência facial, reestruturando sua identidade e promovendo sua reinserção social por meio de projetos e programas de reabilitação, prevenção, políticas públicas, desenvolvimento, ensino e pesquisa.
 

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