Inovação e cultura pautam decisões estratégicas em empresas

A inovação e o uso de tecnologias emergentes estão entre os cinco principais tópicos a serem abordados pelos conselhos de administração em 2025. É o que afirmam 69% dos conselheiros ouvidos em uma pesquisa da Ernst & Young feita com mais de 500 respondentes de sete países da América, incluindo profissionais do Brasil.
A importância de os conselhos focarem em inovação e tecnologia é corroborada por Maria Candida Baumer de Azevedo, associada da Conselheiros TrendsInnovation. Segundo ela, os conselheiros devem atuar como catalizadores da inovação, garantindo que esta seja integrada à estratégia corporativa.
“Inovar sem governança e direcionamento pode levar a iniciativas desconectadas dos objetivos de longo prazo do negócio. Logo, tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA) e big data, precisam ser incorporadas aos processos empresariais. Os conselheiros podem conectar inovação tecnológica às necessidades estratégicas das empresas”, defende Azevedo, que também é administradora de empresas e professora da Fundação Dom Cabral (FDC).
Empresas inovadoras não têm medo de errar — desde que os erros sejam rápidos, controlados e tragam aprendizados valiosos, afirma Azevedo. Na sua visão, os conselheiros consultivos e de administração devem incentivar essa mentalidade, garantindo um equilíbrio entre experimentação e mitigação de riscos.
Azevedo chama a atenção para um outro ponto que também está ligado à inovação: a cultura organizacional. “A inovação não nasce do acaso, mas de uma cultura organizacional que valoriza a experimentação, o aprendizado contínuo e a diversidade de pensamento. É fundamental que os conselheiros incentivem a criação de ambientes onde novas ideias sejam testadas e implementadas de forma ágil”, salienta.
Em uma pesquisa global de 2021 realizada pela PwC, 66% dos executivos e membros de conselho de diferentes países afirmaram que a cultura é mais relevante do que a estratégia ou o modelo operacional do negócio.
Além disso, os respondentes também disseram que a cultura organizacional ocupa um espaço importante na agenda da liderança sênior. No entanto, Azevedo acredita que muitas organizações ainda subestimam o impacto direto dessa área.
“É imprescindível esclarecer que cultura organizacional não é apenas um reflexo dos valores de uma empresa, mas um motor estratégico que impulsiona inovação, competitividade e longevidade nos negócios”, diz a profissional, mestre em cultura organizacional pelo Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Como explica Azevedo, a cultura empresarial é formada por símbolos, rituais, práticas e valores. Ela permeia desde como os colaboradores se comunicam até a forma pela qual decisões estratégicas são tomadas.
Há empresas, por exemplo, que baseiam sua cultura em liberdade e responsabilidade, orientando que os funcionários levem esses princípios em conta nas interações internas e com clientes, parceiros e fornecedores. Outras são adeptas de um ambiente de trabalho focado em felicidade e empatia. A compreensão dessas camadas é descrita por Azevedo como essencial para promover o engajamento e a melhoria no desempenho do negócio.
“A cultura organizacional precisa ser um organismo vivo, em constante evolução. O conselho tem de acompanhar métricas culturais, analisar o impacto da liderança nos comportamentos e garantir que a empresa esteja adaptada às mudanças do mercado. Ele também necessita assegurar que os valores da empresa estejam refletidos nas práticas diárias, nos processos decisórios e na experiência dos colaboradores”, pontua Azevedo.
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