Nota Oficial de Henrique Pinto à redação do O Diário de Maringá

A nota de esclarecimento que recebemos de Henrique Pinto, dois anos após a publicação de nossa matéria, revela mais do que uma simples versão dos fatos: ela expõe uma mudança significativa de postura. Na época, quando procuramos Henrique, então diretor da SRM, para que ele esclarecesse a situação, a resposta foi de silêncio e intimidação, com a declaração de que só nos encontraria “na justiça”.
Na noite desta terça-feira, 5 de agosto, por volta das 22h, Vanessa Vargas nos enviou a seguinte mensagem: ‘Gilmar está ciente de que o conteúdo da referida matéria contém informações falsas, caluniosas e difamatórias?’.
Respondemos que se tratava de questionamentos de uma imprensa livre, que todos defendem, e que demos a oportunidade para Henrique Pinto nos responder na época, mas ele preferiu nos ameaçar com um processo, o que não aconteceu.
Depois de ver a nossa resposta, Vanessa pediu que publicássemos uma nota de esclarecimento, algo que Henrique poderia ter feito na época. A nota, no entanto, só nos foi enviada agora e a replicamos abaixo.”
Nota de Esclarecimento
As afirmações veiculadas recentemente não têm qualquer relação com a verdade dos fatos.
Na Feira de 2023, a Sociedade Rural de Maringá (SRM) manteve uma prática que perdura há quase quatro décadas: a arrecadação de alimentos não perecíveis para o antigo Provopar. Essas doações são essenciais para o sustento de mais de 30 entidades assistenciais na cidade.
Na época, surgiu a sugestão de substituir essa arrecadação por ração animal. Entendemos que essa mudança seria inviável por três motivos:
- As entidades dependem dessas doações há décadas.
- A ração para animais é significativamente mais cara que os alimentos não perecíveis, o que impactaria diretamente a quantidade de doações.
- Quando uma família em situação de vulnerabilidade prepara sua refeição, o que sobra pode ser utilizado para alimentar seus animais de estimação. A ração, por sua natureza, não cumpre essa mesma função.
Em um contexto de pós-pandemia, seria irresponsável colocar ração para animais no mesmo patamar de prioridade que a comida para crianças em situação de fome.
Um jornalista, em busca de sensacionalismo, questionou se meu pai, Henrique Pinto, “não gostava de animais”. Ele respondeu que gosta muito, que tem diversos animais de estimação e que sua própria atividade econômica está ligada à criação de animais de gado de corte. No entanto, a imprensa distorceu essa resposta, criando uma manchete sensacionalista que não reflete a realidade.
Foi justamente a partir deste episódio que surgiu a ideia do PET DAY. Percebemos que há espaço para apoiar todas as causas em uma SRM que seja verdadeiramente ativa e que ouça os anseios da população.
Agradeço a atenção, Vanessa Vargas Filha de Henrique Pinto
Nota enviada por Vanessa Vargas na noite de 05/08/2025, às 22:00 horas.
Na visão da redação do Diário de Maringá, se houve um entendimento errado da situação, ele foi o resultado direto da decisão de Henrique Pinto de não esclarecer os fatos na época da publicação da matéria. Ele preferiu nos ameaçar com processos na justiça, um caminho que, ironicamente, nunca chegou a percorrer.
Agora, na condição de candidato, a situação se inverte. O silêncio e a ameaça de processo dão lugar a uma nota de esclarecimento detalhada. É uma atitude louvável, mas levanta uma questão: essa nova postura, de responder e esclarecer, será mantida caso ele retorne à diretoria?
Esperamos, sinceramente, que sim. Que a conduta de candidato, que se mostra aberto ao diálogo e preocupado em esclarecer as dúvidas da população, prevaleça sobre a postura de diretor, que preferiu se esquivar das perguntas e tentar intimidar quem o questionava. O tempo dirá se essa nova atitude é uma estratégia de campanha ou um compromisso genuíno com a transparência e o respeito à imprensa e à sociedade.
Recebemos o questionamento se o Henrique Pinto que mencionamos na matéria é o mesmo Henrique que, nos bastidores, se comenta supostamente ter financiado atos antidemocráticos contra o Estado Democrático de Direito. Nossa resposta foi que tudo indica que não, que poderia ser outra pessoa com o mesmo nome.