Uso de dados e IA aprimoram as estratégias de marketing
O avanço da Inteligência Artificial (IA) e da análise de dados tem mudado profundamente a forma como empresas desenvolvem estratégias de marketing e comunicação. Segundo o relatório “AI Trends for Marketers – 2024” da HubSpot, 74% dos profissionais de marketing já utilizam IA no trabalho, contra 35% no ano anterior.
Esse cenário é acompanhado por uma crescente aplicação de modelos analíticos preditivos e sistemas de IA generativa em projetos de segmentação, reputação de marca e relacionamento com stakeholders. Segundo estudo da McKinsey & Company: The economic potential of generative AI, o uso de genAI pode elevar a produtividade do marketing entre 5% e 15% do gasto total da área.
Para o pesquisador e estrategista de marketing Leandro Tadeu Novi, o papel do profissional da comunicação tem evoluído para o de intérprete de dados e construtor de cenários. “A IA não substitui o julgamento humano, mas potencializa o acesso à inteligência contextual, tornando a comunicação mais alinhada ao comportamento dos públicos”, afirma.
Com mais de 30 anos de atuação na área, Mestre em Comunicação e Doutor em Marketing, Leandro é CEO da Nova Atitude Comunicação, consultoria especializada em Comunicação Integrada de Marketing (CIM) e Gestão de Relacionamento com o Consumidor (CRM). Ao longo de sua trajetória de pesquisa, desenvolveu um framework que relaciona os estágios de propensão de compra dos clientes aos objetivos da CIM e aos apelos da mensagem, o que tem, segundo especialistas consultados, potencial de transformar a maneira como as empresas se comunicam com seus públicos.
O profissional também tem desenvolvido aplicações para o uso de IA em ferramentas e metodologias consagradas de análise estratégica, como a Matriz SWOT e a Matriz de Fatores-Chave de Sucesso. “Ao incorporar o uso de algoritmos de IA para cruzamento automatizado de dados qualitativos e quantitativos, bem como para análises primárias de cenários, empresas de todos os portes ganham em assertividade e agilidade nas suas ações mercadológicas”, afirma Leandro.
Essas ferramentas, utilizadas em consultorias para empresas de diversos setores, permitem análises mais precisas sobre posicionamento de mercado, percepção de marca e oportunidades competitivas. “Aplicar IA na estruturação dessas matrizes amplia a capacidade de leitura estratégica e antecipa movimentos do mercado com base em padrões de comportamento e performance”, explica.
Outra área que tem avançado de forma significativa com o uso de Inteligência Artificial é o CRM. De acordo com dados da Digital Silk, 79,1% dos usuários de CRM consideram importante a aplicação de IA nas ferramentas de vendas, e sua integração pode gerar até 15% de aumento nas vendas recorrentes, além de melhorar a retenção de clientes. Já o portal SuperAGI aponta que mais de 70% das empresas já utilizam alguma forma de IA em seus sistemas de CRM — um movimento que evidencia como a análise de dados e seu uso estratégico deixaram de ser exclusivos de grandes corporações. Para Leandro Novi, a democratização no uso da IA é um dos grandes impulsionadores para esse aumento das ações automatizadas de CRM.
Outro aspecto identificado nas pesquisas do Dr. Leandro Novi refere-se a como o consumidor tem usado a IA para sua tomada de decisão em processos de compra. “Além de buscar informações e avaliações sistematicamente, os consumidores têm buscado maneiras de relacionar suas necessidades e desejos às ofertas disponíveis no mercado”, explica Leandro. Este aspecto, em particular, é alvo de uma nova ferramenta que vem sendo desenvolvida pela Nova Atitude com uma empresa parceira especialista em tecnologia e que, em breve, estará disponível para o mercado varejista brasileiro.
Leandro conclui afirmando que, em um ambiente onde a velocidade da informação se alia à exigência por autenticidade, empresas que estruturam sua comunicação com base em dados e inteligência artificial tendem a ganhar relevância e confiança junto a seus públicos estratégicos. “A adoção ética do uso da IA já é uma demanda do setor, reforçando a importância de combinar tecnologia com propósito institucional“.