Paiçandu: Vereador Carlos Martins é citado por Oficial de Justiça em meio a acusações de assédio e corrupção

Um episódio tenso marcou a última sessão da Câmara Municipal de Paiçandu, em 12 de julho, quando o vereador Carlos Martins foi citado por um Oficial de Justiça ao término dos trabalhos. O ato, ocorrido publicamente, expõe a gravidade de uma série de acusações que pesam contra o parlamentar, que é réu em cinco processos judiciais. A situação lança uma luz incômoda sobre a conduta do vereador e, principalmente, sobre a inércia da administração municipal, comandada pelo prefeito Ismael Batista (PSD) e seu chefe de gabinete, Thiago Cefalo.
Este golpe foi direto nos rins dos paranaenses
A maioria dos processos contra Carlos Martins, quatro no total, investiga acusações de abuso de autoridade, perseguição e desrespeito contra servidoras da própria Câmara. O caso mais grave, porém, envolve assédio sexual contra duas funcionárias. A seriedade das denúncias é tal que o Ministério Público determinou, há mais de oito meses, medidas protetivas em favor das vítimas e das testemunhas.
A ironia da situação se tornou ainda mais evidente na mesma sessão, que marcou o início das atividades do Agosto Lilás. A Procuradoria da Mulher da Câmara, representada pela vereadora Deisi, realizou um discurso emocionado na tribuna, pedindo apoio à luta contra a violência feminina, e distribuiu laços lilás aos parlamentares. No entanto, o apelo por conscientização e combate à violência foi feito na presença de um vereador que enfrenta acusações sérias de assédio sexual.
Além das denúncias de assédio e perseguição, o vereador também é alvo de um processo que investiga suposto direcionamento de licitação e contratação indevida de uma empresa de consultoria. O contrato, assinado entre 2023 e 2024, quando Carlos Martins presidia a Câmara, é questionado, pois a casa legislativa já contava com servidores aptos a realizar os mesmos serviços, levantando suspeitas de uso indevido de verba pública.
Cuida Paraná: programa que capacita migrantes forma 89 alunos em Maringá
Diante da gravidade e da multiplicidade das acusações, a omissão da gestão municipal se destaca. O silêncio do prefeito Ismael Batista (PSD) e de seu chefe de gabinete, Thiago Cefalo, em relação ao caso é notável. A aparente proteção política a Carlos Martins, mesmo diante de denúncias tão sérias, sugere uma priorização de interesses políticos em detrimento da ética e da segurança das servidoras e da probidade administrativa. A falta de uma postura firme por parte do executivo levanta questionamentos sobre a responsabilidade e o compromisso da administração do PSD com a moralidade pública.