Grupo de Vereador em Arapongas obteve contratos com a Prefeitura e pode ter o mandato cassado

Grupo de Vereador em Arapongas obteve contratos com a Prefeitura e pode ter o mandato cassado

Um emaranhado de empresas com laços familiares, todas ligadas ao vereador Paulo Grassano, levanta sérios questionamentos sobre a transparência de seus negócios em Arapongas. Embora ele tenha se desligado formalmente de uma das companhias, sua atuação como “diretor” do grupo é abertamente divulgada em suas redes sociais, indicando uma possível operação em conjunto.

A situação envolve quatro empresas que, embora com personalidades jurídicas distintas, operam a partir do mesmo endereço, na Rua Andorinhas. O próprio vereador é o proprietário da Levara Serviços e Manutenção de Veículos Ltda., localizada no número 88. No mesmo local ou em terrenos adjacentes funcionam também:

  • Nonô Locadora de Veículos, de propriedade de seu irmão, Pedro Grassano.
  • SSBARCAR Veículos Ltda., de seu pai, Sérgio Grassano.
  • Aravel Arapongas Veículos Ltda., de seus pais, Sônia e Sérgio Grassano.

Segundo a apuração, Paulo Grassano era sócio minoritário da SSBARCAR até 1º de agosto de 2024, quando foi substituído pelo irmão Pedro. A mudança teria ocorrido em virtude da candidatura de Paulo.

A situação ganha uma nova e grave dimensão com a informação de que o suposto”grupo do Paulo” através da empresa SSBARCAR Veículos Ltda venceu licitações e firmou contratos com a Prefeitura de Arapongas, totalizando um valor de R$ 250.000,00. A proximidade física e a identidade familiar dos proprietários sugerem a existência de um “grupo econômico”, termo definido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para empresas que, mesmo com autonomia jurídica, atuam de forma conjunta e com interesses comuns. A divisão de funções entre as companhias reforça essa tese: a Aravel e a SSBARCAR seriam responsáveis pela venda de veículos, a Levara cuidaria da manutenção e a Nonô faria a locação.

Apesar da saída formal da sociedade, a atuação de Paulo Grassano no grupo é publicamente assumida. Em seu perfil no Instagram, o vereador se apresenta como “diretor da Aravel”, o que reforça a tese de uma operação coordenada. Essa ligação, que indica a atuação do grupo empresarial do vereador em contratos com o poder público, levanta sérias questões sobre o conflito de interesse.

Se as denúncias forem confirmadas, a violação da Lei Orgânica de Arapongas, que proíbe vereadores de terem contratos com o poder público, pode levar à cassação do mandato. No entanto, as responsabilidades do vereador e do grupo não se limitariam à esfera política. O vereador também poderia responder por improbidade administrativa, uma ação civil que pode resultar em suspensão de seus direitos políticos, perda da função pública e a obrigação de ressarcir o dano ao erário. Dependendo das circunstâncias, ele ainda poderia ser investigado por crimes como fraude em licitação, com as devidas responsabilidades criminais. O grupo como um todo também estaria sujeito a sanções legais e administrativas, incluindo a anulação dos contratos e o dever de devolução dos valores recebidos indevidamente.

Até o fechamento desta matéria, nossa redação não havia recebido informações por parte do vereador sobre o descrito na matéria e estamos à disposição para eventuais esclarecimentos .

Redação O Diário de Maringá

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