É legal, mas é moral a atitude de Sergio Moro e do delegado Kiq para com os paranaenses?

A resposta pode estar no contracheque de R$ 31 mil do Delegado Kiq
A nomeação do delegado Carlos Henrique Rossato Gomes, o Delegado Kiq, para o gabinete de Sergio Moro se tornou um caso que vai além de um simples arranjo político. Mais do que uma manobra, a situação expõe uma incoerência gritante entre o discurso e a prática, especialmente quando se revela que o delegado, em vez de atuar em Brasília, permanece em Paranavaí, recebendo uma remuneração vultosa. Em julho, por exemplo, o salário bruto de Kiq foi de R$ 31.366,24, pago com o dinheiro do contribuinte paranaense.
Em um contexto onde a segurança pública é pauta prioritária, a decisão de afastar um profissional de alto escalão de suas funções para que ele atue como um assessor político em sua própria cidade levanta uma série de questionamentos. Enquanto a população espera que o delegado esteja nas ruas ou em sua delegacia combatendo o crime, o Delegado Kiq continua a receber um salário do governo paranaense para cumprir uma função que, na prática, parece ser apenas um pretexto para remunerar um aliado político.
Sergio Moro gastou 102,5% a mais que Flávio Arns e 556,5% a mais que Oriovisto Guimarães
A ironia se aprofunda ao considerar a figura de Sergio Moro. O senador que construiu sua carreira com base na moralidade e no combate ao mau uso do dinheiro público agora parece compactuar com uma prática que, para muitos, cheira a clientelismo e favorecimento. Essa contradição não é apenas um deslize, mas sim um duro lembrete de que, no jogo do poder, os princípios muitas vezes se curvam à conveniência. A situação de Delegado Kiq em Paranavaí não é apenas um caso isolado, mas sim um reflexo claro de como a política pode usar e abusar dos recursos do Estado, ignorando o interesse público em favor de alianças e acordos de bastidores.