Sergio Moro gastou 102,5% a mais que Flávio Arns e 556,5% a mais que Oriovisto Guimarães

Um levantamento das despesas da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) no início de 2025 reacende o debate sobre o uso de verbas públicas por políticos em período pré-eleitoral. Os dados mostram que o senador Sergio Moro, pré-candidato ao governo do Paraná, lidera os gastos totais entre seus colegas, com um perfil de despesas que levanta questionamentos.
O levantamento se torna ainda mais relevante quando contextualizado: em 2024, Moro enfrentou um processo que poderia ter resultado na cassação de seu mandato, com acusações de abuso de poder econômico e suposto “caixa 2” durante sua pré-campanha presidencial. Na época, os gastos com viagens e eventos foram um dos principais pontos de discussão. Embora tenha sido absolvido por unanimidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a polêmica deixou um alerta sobre a transparência na prestação de contas.
O cenário atual de gastos
A análise dos gastos em 2025 mostra uma grande diferença entre os senadores:
- Sergio Moro (Pré-candidato): R$ 289.058,23
- Flávio Arns: R$ 142.734,51
- Oriovisto Guimarães: R$ 44.030,43
Enquanto os colegas Oriovisto e Arns mantiveram um padrão de despesas mais contido, os números de Moro são impulsionados por valores expressivos.
Foco nas despesas que geram dúvida
O alto volume de gastos de Moro se concentra em duas categorias que historicamente levantam suspeitas em períodos de pré-campanha:
- Passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais: Com R$ 101.219,51 em despesas, o valor de Moro é quatro vezes maior que o de Flávio Arns (R$ 25.301,10) e infinitamente superior ao de Oriovisto Guimarães, que não registrou gastos na categoria.
- Locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis: Aqui, o senador registrou R$ 85.146,12, superando de longe as despesas de seus colegas Arns (R$ 21.312,19) e Guimarães (R$ 0,00).
Esses números sugerem uma agenda intensa de viagens e deslocamentos, o que, em um ano de intensa articulação política e com as eleições se aproximando, pode gerar dúvidas se os gastos estão, de fato, a serviço do mandato parlamentar ou se têm a pré-campanha como principal finalidade.