Estudo aponta dados de confiança na indústria da construção

De acordo com os dados apresentados na Sondagem Indústria da Construção, publicada no Portal da Indústria em junho de 2025, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção registrou 47,1 pontos em julho de 2025, após queda de 0,4 ponto em relação a junho. Como o indicador permaneceu abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o resultado indica maior disseminação da falta de confiança entre os empresários do setor. Conforme informado na publicação, a deterioração foi puxada principalmente pela piora na percepção das condições atuais, enquanto as expectativas para os próximos meses permaneceram praticamente estáveis.
Relatório aponta dados que evidenciam esse cenário: o índice de condições atuais caiu para 42,3 pontos em julho, recuo de 1,3 ponto frente ao mês anterior. O desempenho reflete a avaliação negativa dos empresários em relação à economia brasileira e à situação de suas próprias empresas nos últimos seis meses. Já o índice de expectativas ficou em 49,6 pontos, variação mínima em relação a junho (+0,1), revelando certa estabilidade. Os empresários projetam uma ligeira melhora para suas empresas, mas ainda veem a economia nacional de forma incerta.
No que diz respeito às expectativas específicas, os resultados mostraram contrastes. O índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços recuou para 50,5 pontos, enquanto o de nível de atividade permaneceu estável em 53,1 pontos. Em contrapartida, o índice de compras de insumos e matérias-primas avançou para 52,2 pontos, e o de expectativa de número de empregados subiu para 52,9 pontos. Conforme apontado no relatório, mesmo com oscilações, todos esses indicadores seguem acima da linha de 50 pontos, sinalizando projeções de crescimento moderado para os próximos seis meses.
Apesar desse otimismo pontual, o índice de intenção de investimento da indústria da construção apresentou retração significativa. Em julho de 2025, o indicador atingiu 40,4 pontos, queda de 2,4 pontos frente a junho e o menor nível registrado no ano. Ainda assim, o resultado permanece 2,3 pontos acima da média histórica de 38,1 pontos. Segundo a publicação, a redução na intenção de investir sugere maior cautela das empresas diante de um cenário econômico de incerteza e juros elevados.
José Antônio Valente, diretor da empresa de franquias construção civil Franquia Trans Obra, afirmou que tem percebido uma demanda crescente por soluções de locação de equipamentos, justamente porque muitas empresas estão evitando grandes investimentos em ativos próprios. Esse movimento revela uma tendência de buscar eficiência e flexibilidade operacional, fatores essenciais para atravessar períodos de instabilidade. “Os dados divulgados reforçam que o setor da construção civil continua sendo um termômetro importante da economia. Enquanto não houver um ambiente mais favorável em termos de crédito, estabilidade fiscal e redução de custos, a confiança dos empresários seguirá pressionada”.
O levantamento também identificou os principais entraves enfrentados pelo setor. De acordo com os dados, 37,7% dos empresários apontaram as taxas de juros elevadas como o maior problema no trimestre. Em seguida, a elevada carga tributária foi mencionada por 30,5% e a falta ou alto custo de trabalhadores qualificados por 24,6%. Outros fatores relevantes foram a escassez de mão de obra não qualificada (23,9%) e a demanda interna insuficiente (19,7%). Esses indicadores demonstram que, além da confiança em baixa, as condições estruturais continuam pressionando a indústria da construção.
Perguntado sobre o relatório, José Antônio disse que muitos clientes buscam alternativas para contornar essas barreiras, especialmente por meio da locação de equipamentos, que reduz custos fixos e aumenta a eficiência das obras e também para criação de franquia de máquinas e equipamentos para construção civil com o objetivo de atender essa demanda. José disse ainda que esse movimento está ligado justamente ao desafio de lidar com mão de obra escassa e cara, já que a mecanização auxilia na redução de dependência do trabalho intensivo. “É essencial que o país avance em reformas que simplifiquem o ambiente de negócios e estimulem a economia. Só assim será possível transformar confiança em investimento e investimento em crescimento sustentável para toda a cadeia da construção civil”.