Especialista revela 5 macetes para identificar joias falsas

O brilho e o valor intrínseco das joias sempre as tornaram objetos de desejo e investimento. No entanto, o mercado global de joias, embora tradicional, assim como qualquer outro, também é um terreno fértil para a falsificação. Este tipo de ação pode prejudicar a reputação de marcas e causar perdas financeiras ao enganar os consumidores, que muitas vezes só descobrem a fraude tardiamente.
Em um cenário em que a falsificação de joias, sobretudo em ouro, representa risco ao consumidor e fragiliza a confiança no setor, existem algumas técnicas que ajudam a detectar peças não autênticas. Com décadas de experiência no comércio de joias de alto luxo, o especialista da Fábrica do Ouro, Igor Ferreira, revela cinco macetes para identificar joias falsas, com foco especial em peças de ouro 18K, um dos quilates mais populares e valorizados no Brasil.
1 – A marcação da peça: o RG da joia
Toda joia de qualidade possui marcações específicas gravadas em locais discretos, que funcionam como seu documento de identidade. Para joias de prata esterlina, por exemplo, é comum encontrar a marcação “925”, indicando 92,5% de prata pura. No caso do ouro 18 quilates, a marcação usual é “750”, que significa que a peça contém 75% de ouro puro em sua composição.
A ausência de qualquer gravação visível ou uma marcação que pareça superficial e mal feita pode ser um forte indicativo de que a peça não é autêntica, sendo possivelmente apenas folheada ou, em casos mais graves, uma falsificação completa.
2 – Teste caseiro do ímã
Um dos testes mais acessíveis e eficazes para verificar a autenticidade de uma joia é o teste do ímã. Metais preciosos como o ouro e a prata não possuem propriedades magnéticas e, portanto, não são atraídos por ímãs.
Se ao aproximar um ímã (mesmo um simples ímã de geladeira) de uma joia, ela for puxada ou apresentar qualquer tipo de atração, é um sinal quase certo de que a peça é feita de um metal comum, como ferro ou aço, com apenas um banho superficial de ouro ou prata.
3 – Teste do peso e densidade da peça
Joias autênticas, especialmente as de ouro, possuem uma densidade específica que as torna mais pesadas do que suas contrapartes falsificadas. O ouro é um metal denso, e essa característica confere um peso substancial às peças genuínas. Se uma joia, como uma corrente ou um anel, parecer grande em volume, mas for surpreendentemente leve ao toque, isso pode ser um forte indício de que o material utilizado não é ouro maciço, mas sim um metal mais leve como alumínio, aço ou até mesmo plástico revestido.
A sensação de peso e solidez é um atributo importante das joias verdadeiras e pode ser percebida por quem já tem alguma familiaridade com o material. Porém, a sofisticação das cópias pode confundir até mesmo os olhos experientes. “Hoje em dia, até quem trabalha no setor pode se confundir. As cópias estão cada vez mais sofisticadas, e o prejuízo vai além do financeiro: tem o emocional de descobrir que foi enganado“, afirma Ferreira.
4 – Valor da joia bem abaixo do mercado
O mercado de joias possui uma estrutura de preços que reflete o valor intrínseco dos metais preciosos e o trabalho artesanal envolvido. O custo do ouro e da prata é diretamente influenciado pela cotação internacional desses metais. Portanto, se uma joia é oferecida a um preço significativamente abaixo do valor de mercado, isso deve acender um sinal de alerta imediato.
5 – Teste da oxidação da prata
Embora o foco principal seja o ouro, é importante mencionar a prata, que muitas vezes é confundida com outros metais. Uma crença comum, mas equivocada, é que o escurecimento da prata indica má qualidade. Na realidade, o oposto é verdadeiro: a prata genuína oxida naturalmente com o tempo e o uso, especialmente em contato com o suor, produtos químicos e a poluição do ambiente.
Esse escurecimento superficial é um processo normal e pode ser facilmente removido com a limpeza adequada e o uso de flanelas específicas. Peças que nunca oxidam, mesmo após uso intenso, podem ser apenas banhadas em prata e não maciças, indicando uma qualidade inferior ou falsificação.
Para Igor Ferreira, “a adoção desses cinco procedimentos básicos permite ao consumidor uma primeira triagem eficaz contra falsificações, sem depender exclusivamente de laboratórios especializados”.