Congresso em Belo Horizonte aborda cuidados paliativos

Congresso em Belo Horizonte aborda cuidados paliativos

Com o avanço do envelhecimento populacional e das doenças crônicas, os cuidados paliativos se tornam cada vez mais essenciais. Mais do que aliviar sintomas, eles oferecem dignidade e qualidade de vida a pacientes e famílias, integrando dimensões físicas, emocionais e sociais em um cuidado centrado na pessoa. Esse olhar integral norteará as discussões do 4º Congresso Mineiro de Cuidados Paliativos, que será promovido pela Academia Estadual de Cuidados Paliativos de Minas Gerais (AECP-MG/Sotamig), de 4 a 6 de setembro, no Centro de Convenções e Eventos da AMMG (avenida João Pinheiro, 161, Centro), em Belo Horizonte.

O congresso é dirigido ao público de saúde em geral, com discussões aprofundadas e a difusão do cuidado paliativo. A Versania Belo Horizonte é um hospice da capital mineira que atua, de forma humanizada, em cuidados paliativos e está patrocinando o evento. Segundo Rodrigo Vieira, diretor assistencial da Versania Brasil, esse tipo de evento é essencial para a divulgar os conceitos e a cultura de cuidados paliativos na sociedade. “É fundamental romper os tabus e interpretar corretamente o cuidado paliativo, mostrando sua importância e abrangência“, afirma.

Em 2024, o Ministério da Saúde anunciou, durante o lançamento da Política Nacional de Cuidados Paliativos no SUS, que cerca de 625 mil pessoas necessitavam de cuidados paliativos no Brasil. Diante desse cenário, o 4º Congresso Mineiro de Cuidados Paliativos visa aprofundar debates sobre o tema, compartilhar experiências e difundir práticas baseadas em evidências, reforçando a urgência de ampliar o acesso e qualificar a assistência em todo o país, segundo a médica paliativista da Versania, Isabela Lamounier.

Uma das principais questões que deve ser reforçada, de acordo com a médica, é o real significado de cuidado paliativo: “Não se trata de apenas cuidados de fim de vida, mas um processo contínuo e precoce, focado no controle de sintomas e na qualidade de vida. Nos momentos finais, entra em cena o hospice, que garante humanização, espiritualidade e acolhimento, diferenciando-se do ambiente hospitalar tradicional“, explica.

Na Versania, que atua em todos os níveis de atendimento: ambulatorial, domiciliar, hospice e pediátrico, o número de pacientes ultrapassa 200 por mês. A unidade de BH, de cuidados paliativos e reabilitação, no bairro Santa Lúcia, conta com cerca de 60 leitos para atendimento a adultos e crianças.

Com uma equipe multidisciplinar, a Versania investe em atendimento humanizado. “É desenvolvido um trabalho com base na escuta e compreensão dos desejos de cada paciente que se encontra internado na clínica. E os resultados são surpreendentes“, afirma a médica.

Um exemplo foi a ideia de transformar o espaço da varanda da Versania em praia para agradar um dos pacientes que tinha saudades de Porto Seguro (BA). O evento contou com churrasco, cadeiras de praia, boias, guarda-sol, queijo coalho, milho, música, picolé, videoclipe com imagens do mar e até placa com o nome da cidade.

“A Versania desenvolve experiências personalizadas de acordo com os valores de cada paciente, como promover atividades culturais, culinárias e musicais, sempre apoiada por uma rede de voluntariado estruturada em todo o Brasil. Além disso, mantêm iniciativas comunitárias de educação em saúde, como a Confraria Paliativa e encontros abertos ao público para estimular o debate sobre cuidados paliativos e compartilhar conhecimento com profissionais, pacientes e cuidadores”, ressalta a médica.

Saúde suplementar

Para os planos de saúde, os desafios passam pela capacitação das equipes, pela expansão da oferta de serviços e pela integração entre prestadores, de forma que o paciente seja visto como único e possa transitar entre os níveis de atenção sem rupturas, de acordo com a gerente de Saúde da Cemig Saúde, Juliana Albuquerque, que também estará presente no congresso.

Segundo ela, em Belo Horizonte, há um movimento para aproximar os profissionais e instituições que atuam na área, fortalecendo conceitos e práticas que podem se expandir para todo o estado e, futuramente, para o país.

“Nesse cenário, a parceria com instituições especializadas, como a Versania, que atua em níveis ambulatorial, domiciliar e hospice, é fundamental. A integração entre operadoras de saúde e prestadores garante que os pacientes tenham acesso ao cuidado adequado quando necessário, com qualidade e humanização”, enfatiza.

DINO