Pastor diz expulsar pessoas em situação de rua com ameaças de morte

Em uma reunião da Câmara Municipal de Divinópolis (MG), um pastor que atua com dependentes químicos afirmou que expulsava pessoas em situação de rua da cidade com ameaças de morte. O vídeo do encontro, realizado no dia 4 de setembro e transmitido ao vivo pelo Legislativo, repercutiu nas redes sociais e motivou denúncias ao Ministério Público.
O episódio ocorreu durante uma reunião da Comissão de Justiça, que discutia o funcionamento de comunidades terapêuticas no município. A pauta incluía instituições consideradas clandestinas e alvo de denúncias de intolerância religiosa, endividamento forçado e exploração de trabalho.
Segundo o pastor Botelho, ele atuou por três anos e meio na Praça Candidés, considerada o marco zero da cidade, onde teria retirado mais de 300 pessoas e “limpado” o local. Ele afirmou que contava com apoio de um coronel da Polícia Militar e de dez homens para realizar as ações. O religioso disse ainda oferecer pão e café para “atrair amizade” antes de levar os moradores para cidades vizinhas.
Durante a reunião, as declarações do pastor não foram contestadas pelos vereadores presentes. As intervenções feitas serviram apenas para controlar o tempo da fala, sem posicionamento contrário ao conteúdo expresso.
O pastor também se referiu de forma pejorativa às pessoas em situação de rua, usando termos como “vagabundos” e “pilantras”. O caso agora está sendo acompanhado pelo Ministério Público, que poderá investigar a legalidade das ações e possíveis crimes cometidos.