Adensamento urbano amplia procura por self storage em SP

Adensamento urbano amplia procura por self storage em SP

A crescente demanda por moradias em regiões centrais tem incentivado cidades a buscarem soluções para otimizar o uso do espaço urbano, assim como o tamanho médio dos imóveis lançados na cidade de SP que caiu 27% em dez anos, segundo dados da SECOVI-SP. Nesse contexto, o adensamento urbano surge como um caminho para tornar as cidades funcionais e acessíveis, priorizando construções compactas, multifuncionais e bem localizadas.

De acordo com a pesquisa Brain Inteligência Estratégica em parceria com a ASBRASS (Associação Brasileira de Self Storage), o setor já soma 595 operações em 110 cidades brasileiras, com mais de 220 mil boxes disponíveis e 1,93 milhão de m² de área bruta locável em 2025. O crescimento é de quase 50% no número de boxes desde 2021, evidenciando o papel estratégico da armazenagem urbana para o futuro das cidades.

Para viabilizar esse movimento, soluções complementares como o self storage se consolidam como alternativa prática. Para Thiago Cordeiro, fundador e CEO da GoodStorage, há uma demanda crescente por soluções externas e acessíveis de armazenamento que ofereçam segurança, praticidade e flexibilidade, pois estes locais permitem que moradores estruturem melhor seus espaços, guardando objetos e pertences sazonais, móveis, documentos ou itens com valor afetivo. "Para empreendedores, ainda é uma forma de armazenar estoques, ferramentas ou materiais promocionais, ou mesmo viabilizar uma área para escritório ou operação, sem precisar arcar com aluguéis ou espaços caros e ociosos", afirma Thiago.

São Paulo concentra 40% das operações nacionais

Esse perfil também é confirmado pela pesquisa da ASBRASS, que destaca o uso crescente dos espaços por famílias em apartamentos menores, empreendedores digitais, lojistas e até indústrias, reforçando a versatilidade da solução.

O estudo mostra que São Paulo concentra 40% das operações nacionais, com mais de 92 mil boxes, vacância de 16,6% e preço médio do m² em R$ 122. Nacionalmente, a vacância média é de 18,6%, e a maior parte da oferta se concentra em boxes pequenos, de até 3 m².

Além do conforto, o modelo também contribui para a sustentabilidade urbana. "Com unidades bem localizadas, essa alternativa pode reduzir deslocamentos desnecessários e melhorar a eficiência dos espaços urbanos", avalia o CEO, que reforçando o interesse da GoodStorage em continuar expandindo na capital paulista, com atuação em todos os bairros da cidade.

Ele explica ainda que, ao incentivar o uso mais inteligente de terrenos e edificações, o adensamento pode contribuir para uma cidade com menor necessidade de grandes deslocamentos por meio de transportes poluentes, racionalizando o uso da infraestrutura pública, como redes de água, esgoto, energia e transporte. "Isso favorece uma ocupação urbana mais sustentável, com menor impacto ambiental e maior eficiência energética."

"Ao priorizar o uso de terrenos já urbanizados, o adensamento reduz a pressão sobre regiões periféricas e áreas naturais, freando o avanço desordenado da cidade em zonas de preservação ambiental. Isso pode atuar diretamente na proteção de matas e mananciais, ao mesmo tempo em que diminui o custo de levar infraestrutura para lugares mais distantes", acrescenta.

Expansão do self storage acompanha adensamento urbano no Brasil

A pesquisa Brain Inteligência também aponta tendências para o setor: a expansão para cidades médias, a integração com operações logísticas de e-commerce, novos formatos de galpões e a preocupação crescente com sustentabilidade.

Com a projeção de crescimento e a necessidade de novas moradias nos próximos anos, o especialista afirma que o planejamento urbano sustentável e soluções complementares, como os self storages, podem garantir que as cidades evoluam sem perder qualidade de vida e eficiência. "Com a premissa de oferecer segurança, conveniência e flexibilidade, os self storages podem ajudar a tornar a vida nas cidades densas mais fluida, organizada e confortável", complementa Thiago. De acordo com o executivo, ao priorizar terrenos já ocupados, esse conceito pode evitar que grandes áreas verdes sejam sacrificadas para novas expansões urbanas, contribuindo para a preservação ambiental e para um crescimento mais inteligente.

DINO