Vergonha! Doente em Paiçandu precisa de cirurgia, mas só resta esperar sentado

A pergunta que circula em Paiçandu não é retórica, é um tapa na cara da população: a cirurgia pode esperar sentado? No Hospital São José, a resposta parece ser um “sim” cruel, materializado na nova e controversa ala de descanso e leitura. Inaugurada no lugar de quatro salas de centro cirúrgico que estavam praticamente prontas, a obra é um atestado de descaso.
O escândalo não se resume a uma falha de planejamento, mas a uma inversão de valores moralmente indefensável. Em vez de ampliar sua capacidade de salvar vidas, o hospital optou por um espaço de conforto que, na prática, celebra a ineficiência. A nova ala é um monumento à futilidade, um lembrete físico de que, para a gestão, a aparência vale mais que a vida humana.
O que torna a decisão ainda mais revoltante é a total falta de respeito com o dinheiro e com a saúde da população. Todos os equipamentos para as quatro salas de cirurgia já haviam sido comprados. Estamos falando de um investimento que agora corre o risco de se perder. Enquanto pacientes com necessidades urgentes são obrigados a aguardar, a tecnologia que poderia ajudá-los está parada e, pior, se deteriorando.
A verdadeira humanização de um hospital não se mede por uma sala de leitura bonita, mas pela sua capacidade de responder a emergências, de realizar procedimentos complexos e de acolher quem mais precisa. A nova ala do Hospital São José, ao invés de ser um motivo de orgulho, é um funeral para a ética, a responsabilidade e o bom senso.
A população de Paiçandu merece uma resposta clara e imediata. Por que o conforto de alguns foi priorizado em detrimento da saúde de todos? Se a cirurgia pode esperar, a indignação da comunidade não.