Estudo aponta dados sobre confiança do empresário industrial

Estudo aponta dados sobre confiança do empresário industrial

Relatório publicado no Portal da Indústria informou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 46,2 pontos em setembro de 2025. O resultado mostra estabilidade em relação a agosto, quando o índice marcou 46,1 pontos, o menor valor do ano até o momento. Segundo os dados apresentados, essa sequência mantém o setor industrial há nove meses consecutivos em cenário de falta de confiança, já que valores abaixo de 50 pontos indicam pessimismo entre os empresários.

De acordo com o relatório, a estabilidade no resultado geral é explicada por movimentos distintos em seus componentes. Enquanto as avaliações sobre as condições correntes da economia e das empresas pioraram, as expectativas em relação ao futuro apresentaram leve melhora, tornando-se menos negativas. Relatório aponta dados de que esse equilíbrio manteve o índice praticamente inalterado, sem sinalizar recuperação significativa da confiança.

O Índice de Condições Atuais ficou em 41,9 pontos, após queda de 0,7 ponto frente ao resultado de agosto. Segundo a CNI, esse patamar reflete a percepção dos empresários de que a economia brasileira e a situação das empresas pioraram nos últimos seis meses. Em detalhe, as condições das empresas caíram para 45,2 pontos, enquanto a avaliação sobre a economia nacional teve pequena alta de 0,5 ponto, alcançando 35,3 pontos, ainda em patamar de forte desconfiança.

José Antônio Valente, diretor da empresa de aluguel de equipamentos para construção civil, Trans Obra, afirmou que a leitura desse resultado exige cautela, mas também visão estratégica. "Para quem atua no setor da construção civil, o ICEI abaixo de 50 pontos reforça a necessidade de eficiência e de investimentos seletivos. Ainda que o cenário atual indique insegurança, o fato de as expectativas futuras terem melhorado, mesmo que de forma tímida, abre espaço para um planejamento mais equilibrado".

Já o Índice de Expectativas avançou para 48,3 pontos em setembro, registrando alta de 0,5 ponto em relação ao mês anterior. Apesar do movimento, o indicador segue abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que mostra que as projeções para os próximos seis meses permanecem pessimistas. Conforme informado na publicação, houve melhora tanto na avaliação da economia brasileira, que subiu 0,9 ponto e alcançou 39,5 pontos, quanto nas expectativas para as próprias empresas, que avançaram 0,3 ponto, chegando a 52,7 pontos.

A comparação interanual mostra uma queda expressiva na confiança. Em setembro de 2024, o ICEI marcava 53,3 pontos, ou seja, acima do limite que separa confiança e falta de confiança. No período de um ano, o índice perdeu 7,1 pontos, evidenciando uma reversão de cenário. Segundo os dados apresentados, a queda mais acentuada ocorreu nas avaliações sobre a economia brasileira, que passaram de 49,1 pontos em setembro de 2024 para 39,5 pontos no mesmo mês deste ano.

A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 5 de setembro de 2025, com a participação de 1.150 empresas industriais. O perfil da amostra incluiu 460 de pequeno porte, 418 de médio porte e 272 de grande porte. Conforme informado na publicação, o relatório foi concluído no dia 10 de setembro e divulgado pela CNI em sua série mensal de acompanhamento da confiança empresarial.

O desempenho do ICEI em setembro reforça a tendência de cautela do setor industrial frente ao ambiente econômico do país. Relatório aponta dados de que, mesmo com leve melhora nas expectativas, a percepção geral ainda é de falta de confiança. A manutenção do índice abaixo da linha de 50 pontos, por nove meses consecutivos, reflete o cenário de incertezas que impacta diretamente o planejamento e as decisões de investimento das indústrias brasileiras.

Perguntado sobre o assunto, José Antônio afirmou que esse cenário de baixa confiança do empresário industrial reforça a importância de adotar estratégias que permitam maior flexibilidade operacional e no setor da construção civil, por exemplo, o locação de andaimes e outros equipamentos essenciais tem sido uma alternativa para reduzir custos fixos e manter a produtividade sem comprometer o caixa. "A leve melhora nas expectativas sugere que ainda há espaço para preparar o terreno de forma inteligente, aproveitando nichos de mercado e priorizando práticas de gestão que sustentem os negócios até que o ambiente econômico seja mais favorável".

DINO