Outubro Rosa: exames e vacinas são aliados na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer

Outubro Rosa: exames e vacinas são aliados na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer
Especialistas reforçam importância do rastreamento, da vacinação contra o HPV e de exames laboratoriais para a saúde da mulher
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo (excluindo os casos de pele não melanoma). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 74 mil novos casos anuais da doença no país entre 2023 e 2025, o que corresponde a quase 30% de todos os diagnósticos de câncer feminino. Outro alerta é o câncer de colo do útero, com 17 mil novos casos anuais no mesmo período, sendo um dos tumores mais preveníveis por meio da vacinação contra o HPV e da realização periódica do exame preventivo (Papanicolau).
Segundo o responsável técnico do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, a detecção precoce é uma das principais estratégias para reduzir a mortalidade associada ao câncer. “Exames como a mamografia aumentam consideravelmente as chances de diagnóstico precoce e tratamento bem-sucedido. Além deles, os exames laboratoriais e testes complementares oferecem uma visão mais completa da saúde da paciente, mas o rastreamento clássico continua indispensável”, explica.
No caso do câncer de colo do útero, o Papanicolau continua sendo um dos exames mais eficazes, agora reforçado por testes moleculares para detecção do HPV de alto risco, que permitem identificar o vírus em estágios muito precoces.
Exames laboratoriais
Além dos métodos de rastreamento tradicionais, exames de sangue e testes genéticos também auxiliam no acompanhamento da saúde feminina. O LANAC disponibiliza exames como BRCA 1 e 2, CEA, CA-125, CA-15-3 e o Multiplex – DSTs, que investiga sete patógenos.
Segundo Kozlowski, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam a predisposição ao câncer de mama. “Os testes não dizem se o paciente terá a doença, mas mostram a probabilidade, permitindo medidas preventivas orientadas pelo médico”, reforça.
Entre os destaques está o Viva Mulher, único teste genético no mercado focado na saúde feminina, que avalia 56 genes relacionados a fertilidade, cânceres ginecológicos, menopausa precoce, osteoporose, trombose, entre outras condições.
Outra inovação é o painel “Câncer de mama e ovário – 25 GENES”, que permite analisar de forma detalhada 25 genes ligados ao câncer de mama e ovário hereditário, incluindo os conhecidos BRCA1 e BRCA2. O teste identifica apenas alterações genéticas relevantes para o risco da doença, além de verificar variações no número de cópias de genes (CNVs), oferecendo informações valiosas para prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento personalizado de pacientes com histórico familiar.
Outros marcadores tumorais e bioquímicos, solicitados em check-ups de rotina, também contribuem para a prevenção e acompanhamento da doença.
Vacinação como prevenção
O HPV é responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero, de acordo com a OMS, e também está associado a tumores de pênis, ânus e orofaringe. Dados do Ministério da Saúde mostram que a vacinação contra o HPV cresceu 42% entre 2022 e 2023, passando de 4,3 para 6,1 milhões de doses aplicadas.
A enfermeira e especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino, reforça que a imunização é fundamental. “A vacina protege contra os principais tipos do HPV ligados ao câncer e, aliada aos exames de rastreamento, forma uma barreira dupla contra a evolução da doença. É um cuidado individual, mas também um ato coletivo de proteção”, afirma.
O imunizante está disponível para meninas e meninos de 9 a 14 anos, mas também pode ser aplicado em adultos, até os 45 anos, sempre com orientação médica.
O Outubro Rosa reforça que cuidar da saúde envolve a prevenção primária, com a vacinação, e a prevenção secundária, com exames regulares. “Cada exame realizado é uma oportunidade de salvar vidas, porque permite diagnosticar precocemente e intervir de forma eficaz”, conclui Kozlowski.