Isenção do IR: Alívio Fiscal que funciona como 14º salário

Trabalhador garante um aumento real entre 7,5% a 27,5% conforme a faixa salarial
O anúncio do governo Lula de isentar o Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que recebem até R$ 5.000 mensais representa uma mudança significativa na política fiscal do país. A medida alia justiça social e estímulo econômico, impactando diretamente o bolso de milhões de brasileiros.
Para ilustrar, consideremos o efeito da isenção para diferentes faixas de renda, utilizando a tabela progressiva do IR de 2025:
Faixa de Renda Mensal (R$) | Alíquota (%) | Dedução (R$) | IR Mensal Economizado (R$) | IR Anual Economizado (R$) | Valor Líquido se Investido em CDB (R$) |
---|---|---|---|---|---|
Até 2.259,20 | Isento | 0,00 | 0,00 | 0,00 | 0,00 |
2.259,21 a 2.826,65 | 7,5% | 169,44 | 42,56 | 510,72 | 489,50 |
2.826,66 a 3.751,05 | 15% | 381,44 | 138,66 | 1.663,92 | 1.595,10 |
3.751,06 a 4.664,68 | 22,5% | 662,77 | 223,15 | 2.677,80 | 2.567,10 |
Acima de 4.664,68 | 27,5% | 896,00 | 388,35 | 4.660,20 | 4.981,00 |
Análise:
- Para um trabalhador que recebe acima de R$ 4.664,68, a economia mensal de IR é de R$ 388,35, o que corresponde a um ganho de quase 7,8% no salário líquido.
- Se esse valor for aplicado em um investimento simples, como um CDB rendendo 100% do CDI (14,9% ao ano), o montante final ao ano alcança cerca de R$ 4.981, praticamente equivalente a um salário extra.
- Para faixas intermediárias, o efeito é igualmente relevante, permitindo que mesmo quem recebe menos consiga acumular recursos adicionais significativos ao longo do ano.
No plano macroeconômico, a medida estimula o consumo. Ao aumentar o poder de compra de milhões de famílias, o governo injeta recursos na base da pirâmide, movimentando comércio, serviços e pequenas empresas. Esse efeito multiplicador pode gerar novas contratações, dinamizando o mercado de trabalho.
Porém, há um desafio fiscal. A renúncia de receita gerada pela isenção é considerável, e sua sustentabilidade dependerá da capacidade do governo em equilibrar as contas públicas, seja por meio de reformas tributárias mais justas, seja pelo controle rigoroso de gastos.
Em resumo, a isenção do IR para rendimentos de até R$ 5.000 não é apenas um gesto de bondade: é uma medida estratégica que combina justiça fiscal e estímulo econômico. Para o trabalhador, representa um aumento real de renda e uma oportunidade de investimento; para a economia, uma chance de fortalecer consumo e crescimento. O desafio agora é garantir que o benefício social seja sustentável e não comprometa a saúde financeira do Estado.