Ratinho Junior defende tirar dinheiro da educação e saúde para fazer obras

Ratinho Junior defende tirar dinheiro da educação e saúde para fazer obras

Em uma entrevista ao programa Pânico, o governador do Paraná, Ratinho Junior, levantou a proposta de mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A ideia dele é permitir que o dinheiro que hoje é obrigatoriamente destinado à saúde e à educação possa ser usado em obras de infraestrutura, como a construção de pontes, viadutos e a pavimentação de ruas. Segundo o governador, essa regra de ter que investir um percentual fixo nessas áreas acaba travando projetos de infraestrutura, mesmo, na sua visão, quando a necessidade na saúde e educação não é urgente. Diante dessa fala, a pergunta que fica é: Será mesmo, governador, que não há mais nada a ser feito na saúde, na educação ou no apoio a professores e alunos, especialmente quando olhamos para as carências de infraestrutura nas escolas do próprio Paraná?

Saúde: Desafios persistem

Apesar dos avanços na área da saúde, como a ampliação de leitos de UTI durante a pandemia de Covid-19, a saúde pública no Paraná ainda enfrenta desafios significativos. Em Curitiba, por exemplo, há uma escassez crítica de profissionais em especialidades essenciais, como fonoaudiologia, com apenas 8 profissionais atuando, enquanto a demanda seria para 33, conforme exigido por lei. Além disso, a cidade enfrenta filas de espera para procedimentos e consultas no Sistema Único de Saúde (SUS), evidenciando a necessidade de investimentos contínuos na área.

Educação: Infraestrutura deficiente

Na educação, o Paraná tem se destacado positivamente, alcançando o topo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos últimos anos. No entanto, a infraestrutura das escolas públicas ainda apresenta deficiências. Um estudo baseado no Censo Escolar de 2021 revelou que menos de 73% das escolas públicas paranaenses possuem infraestrutura adequada para atendimentos especiais e acesso à internet, áreas essenciais para o desenvolvimento pleno dos alunos. Além disso, cerca de 48% das escolas não estão ligadas à rede de esgoto e 45% não possuem água filtrada, comprometendo a saúde e o bem-estar dos estudantes.

A proposta do governador: Flexibilizar para priorizar obras

A proposta do governador de flexibilizar os investimentos em saúde e educação para priorizar obras de infraestrutura levanta questões sobre os reais interesses por trás dessa iniciativa. Enquanto a saúde e a educação são áreas essenciais que impactam diretamente a qualidade de vida da população, a priorização de obras de infraestrutura pode beneficiar setores específicos da economia, como construtoras e empreiteiras. Essa mudança na destinação dos recursos públicos pode ser vista como uma estratégia para favorecer interesses privados em detrimento do bem-estar da população.

Conclusão

É fundamental que o governo do Paraná reavalie sua proposta e considere as reais necessidades da população nas áreas de saúde e educação. Flexibilizar investimentos nessas áreas essenciais pode comprometer o desenvolvimento social e humano do estado. A prioridade deve ser garantir que todos os cidadãos tenham acesso a serviços de saúde de qualidade e a uma educação que prepare as futuras gerações para os desafios do mundo moderno. A infraestrutura é importante, mas não pode ser colocada acima das necessidades básicas da população.

Redação O Diário de Maringá

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