Sintelmark debate vulnerabilidade e abandono de mulheres com câncer

Além do sofrimento enfrentado por mulheres diagnosticadas com câncer de mama, como o longo tratamento e o estigma, muitas ainda precisam lidar com a falta de apoio e até mesmo com o desemprego. Uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), DataFolha e AstraZeneca revelou que uma em cada dez mulheres é abandonada pelo parceiro após a confirmação da doença, e apenas 17% das entrevistadas não se sentiram desamparadas durante o tratamento.
O levantamento analisou as respostas de 240 mulheres com diagnóstico de câncer de mama em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba e Goiânia, entre os dias 5 e 13 de setembro de 2024, com margem de erro de seis pontos percentuais.
Para debater essa realidade, o Sintelmark – Sindicato Paulista das Empresas de Contact Center realiza, no dia 15 de outubro, às 9h, na sede da instituição, uma palestra em alusão ao Outubro Rosa, campanha mundial de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. A convidada será Carla Simone da Silva, Supervisora Técnica da Coordenação de Políticas para Mulheres e Secretária de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, que trará reflexões sobre a vulnerabilidade da mulher com câncer de mama e as formas de violência que ela enfrenta, principalmente o abandono por parte dos parceiros após o diagnóstico.
De acordo com Carla Simone, a vulnerabilidade da mulher com câncer de mama muitas vezes é invisibilizada. Além do adoecimento, ela enfrenta isolamento social, questionamentos sobre sua capacidade mental durante a quimioterapia e impactos nos papéis sociais, como maternidade, trabalho, sexualidade e autoimagem. O abandono, especialmente por parte de parceiros, está associado a quadros de depressão e até à interrupção do tratamento.
Carla também destaca que empresas e instituições podem ter papel decisivo no acolhimento, desenvolvendo ações como flexibilização de horários, trabalho remoto, licença médica, readaptação de função, políticas de privacidade e campanhas de prevenção. Essas medidas contribuem para garantir condições mais adequadas de recuperação e retorno às atividades.
O presidente do Sintelmark, Luis Crem, reforça o compromisso da instituição com o debate e compartilha uma reflexão pessoal. “Não podemos ignorar a gravidade de dados que mostram o abandono de mulheres pelos parceiros justamente no momento em que mais precisam de apoio. Ao promover essa palestra, queremos ampliar o debate e estimular práticas de acolhimento e solidariedade dentro das empresas e da sociedade”.
Incidência no Brasil
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou 73.610 novos casos de câncer de mama por ano no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. A taxa ajustada por idade é de 41,89 casos a cada 100 mil mulheres no país.
Além da palestra, as empresas de Contact Center associadas ao Sintelmark também estão promovendo ações de conscientização junto aos colaboradores, como workshops e palestras, para destacar a importância da prevenção do câncer de mama por meio da realização de exames de mamografia e do acompanhamento médico regular.
A palestra integra o calendário de atividades do Sintelmark em apoio ao Outubro Rosa e reforça o compromisso da instituição em promover debates que unem saúde, direitos e dignidade.
Serviço
Palestra: A vulnerabilidade da mulher com câncer de mama e as violências enfrentadas durante o tratamento
Data e horário: 15 de outubro, às 9h
Local: Sede do Sintelmark – Av. Ipiranga, 318, bloco A, cj. 1201 – República, São Paulo – SP, 01046-010
Telefone: (11) 4766-2780