5 benefícios para empresas que investem em segurança cibernética

5 benefícios para empresas que investem em segurança cibernética

5 benefícios para empresas que investem em segurança cibernética

Especialista em Direito Digital fala sobre as mudanças do E-Ciber e lista 5 benefícios para as empresas que investem em proteção cibernética

O Brasil tem uma nova forma para lidar com as ameaças digitais. No início de agosto, o governo federal publicou o Decreto nº 12.573, que institui a Estratégia Nacional de Cibersegurança (E-Ciber). A medida representa a consolidação da segurança digital como política de Estado e tema estratégico para empresas, cidadãos e governo.

Segundo o relatório Cenário Global de Ameaças, elaborado pelo FortiGuard Labs, o Brasil sofreu 314 bilhões de ataques cibernéticos somente no 1º semestre de 2025. Outro levantamento mostra que o volume de ataques contra sistemas públicos e privados no Brasil tem colocado em risco desde serviços bancários até hospitais. Em 2024, o país concentrou quase 40% das ameaças cibernéticas detectadas na América Latina.

“O E-Ciber representa um avanço necessário de modernização e institucionalização da cibersegurança no país. As organizações criminosas migraram para o ambiente digital e a quantidade de crimes virtuais já supera os números dos delitos presenciais”, explica a advogada e especialista em Direito Digital, Alexandra Beck. 

A expectativa é reduzir significativamente os prejuízos com cibercrimes, que em 2024 foram estimados em cerca de R$ 1,5 trilhão, segundo o governo federal. 

Como vai funcionar

O E-Ciber vai funcionar como um plano de longo prazo, que tem o objetivo de aumentar a resiliência digital do país. O plano se estrutura em quatro eixos principais: 

1. Proteção e conscientização da sociedade: campanhas educativas voltadas para ampliar o entendimento sobre riscos digitais,

2. Segurança de infraestruturas críticas: foco em setores como energia, saúde e telecomunicações, cuja interrupção afeta a vida de milhões de pessoas,

3. Cooperação entre setores público e privado: estímulo ao compartilhamento de informações e práticas de defesa em níveis nacional e internacional,

4. Soberania nacional e governança: diretrizes para reduzir a dependência de soluções externas e reforçar a autonomia tecnológica. 

“Para que esse plano funcione, é necessário que o poder público invista em treinamentos básicos para cidadãos, empresas e em rígidos protocolos de resposta em escala governamental. Quanto mais alinhadas essas questões, maior será a capacidade do Brasil prevenir os crimes digitais”, reforça Alexandra Beck. 

A Estratégia Nacional de Cibersegurança prevê ainda medidas voltadas à educação e conscientização, com a inclusão de conteúdos nos currículos escolares, capacitação de professores e campanhas educativas. A coordenação do E-Ciber ficará a cargo do Comitê Nacional de Cibersegurança. 

Novas exigências para as empresas

Com o E-Ciber, todas as empresas – independentemente do tamanho – que desejam manter ou iniciar relações com o governo precisarão ser capazes de diagnosticar vulnerabilidades, implementar um conjunto de diretrizes reconhecidas, validadas e criar políticas eficazes de segurança da informação. 

“Será preciso evidenciar a conformidade em cibersegurança com auditorias, certificações, planos de resposta a incidentes e até um selo nacional de compliance. Para não errar nessa área, a recomendação é buscar a ajuda de um especialista que tenha prática no assunto e saiba como implementar todas as etapas necessárias”, enfatiza a especialista em Direito Digital. 

Custo-benefício

Segundo a especialista, o custo-benefício de investir em segurança digital nas empresas é extremamente positivo. A proteção evita perdas financeiras e legais, melhora a reputação e garante a eficiência das operações.

“O custo médio de uma violação de dados pode ser de milhões de dólares, enquanto o investimento para implementar um plano de cibersegurança é muito menor. É possível se proteger com investimentos iniciais de R$ 5 mil”, conta Alexandra Beck.

Ainda não há um prazo para a adequação das empresas. “Porém, as organizações interessadas podem começar a adotar boas práticas de cibersegurança, seguros contra incidentes e certificações antecipadamente. Como o futuro das relações entre governo e iniciativa privada será digital, é bom que as companhias comecem desde já a se adequar às novas exigências”, complementa a advogada Alexandra Beck. 

Principais impactos sobre as organizações

Para facilitar o entendimento sobre os benefícios às empresas que investem em segurança digital, a especialista elencou cinco fatores. Confira!

1. Maior foco em compliance e gestão de riscos: pequenas e médias empresas terão acesso a planos de conformidade flexíveis e incentivo à adoção dessas práticas,

2. Selo de certificação e seguros: podem gerar custos iniciais. Porém, devem aumentar a confiança do mercado,

3. Impacto proporcional ao porte e setor: empresas que atuam em infraestruturas críticas devem elevar a resiliência e o planejamento de resposta. Outros setores terão orientações adaptadas ao tamanho e risco de suas atividades,

4. Benefícios a médio e longo prazo: melhor reputação, maior confiança de clientes, redução do risco de incidentes e preparação antecipada para normas futuras,

5. Conformidade com a LGPD: a cibersegurança é um componente vital para a LGPD, e a LGPD, por sua vez, eleva a importância da cibersegurança no ambiente corporativo. 

Sobre Alexandra Beck

Alexandra Beck é advogada, especialista em Direito Digital pela Universidade Anhembi Morumbi (SP) e atua em casos de crimes cibernéticos, propriedade intelectual digital e regulamentação de redes sociais.

Mirella Pasqual

Mirella Pasqual

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