Cidade limpa é dever compartilhado, e o lixo não tem desculpa

Ao longo dos anos, em meus comentários na TV, no rádio e aqui no portal O Diário de Maringá, tenho reiterado uma convicção que permanece atual: uma cidade limpa é resultado de um esforço coletivo, que depende tanto da atuação do poder público quanto da responsabilidade individual de cada morador.
É fato que cabe à administração municipal manter o serviço de coleta, limpeza e fiscalização. Contudo, nenhuma estrutura pública é capaz de compensar a falta de consciência de quem trata o espaço comum com descuido e desrespeito.
Não é raro que problemas de saúde pública, como os surtos de dengue e o aumento da demanda nas unidades de atendimento, tenham origem justamente no lixo descartado de forma irregular. O que parece apenas desleixo cotidiano acaba se transformando em um ciclo de contaminação e prejuízo coletivo.
Sempre que tocamos nesse tema, há quem pergunte: “Então a culpa é do cidadão?”
A resposta é clara: não é do cidadão, porque quem joga lixo nas ruas, em terrenos ou calçadas não merece esse título. O verdadeiro cidadão é aquele que entende que cuidar da cidade é cuidar de si mesmo e dos outros.
O descarte irregular de lixo é um ato de irresponsabilidade que ultrapassa a negligência, é um crime contra a comunidade.
E enquanto não houver consciência de que o espaço público é extensão da própria casa, continuaremos pagando um preço alto por aquilo que poderíamos evitar com gestos simples de civilidade.
Uma cidade limpa não se faz apenas com varrição e caminhões de coleta. Faz-se com respeito, compromisso e educação. E essa tarefa é, e sempre será, um dever compartilhado.