Pacífico e não omisso: vereador cobra transparência da SRM após corte de árvores

Pacífico e não omisso: vereador cobra transparência da SRM após corte de árvores

A Câmara de Maringá não vai se limitar a assistir de camarote à polêmica do corte de árvores na SRM

A denúncia sobre suposto corte irregular de árvores exóticas dentro do Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro, revelada por O Diário de Maringá e encaminhada ao Gaema (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, um departamento do Ministério Público), despertou um debate necessário e urgente sobre a responsabilidade ambiental em Maringá. O caso, que agora chegou oficialmente à Câmara Municipal por meio de um ofício do vereador Professor Pacífico, levanta dúvidas sérias sobre a forma como a cidade lida com a preservação de suas áreas verdes.

De acordo com informações preliminares, cerca de 120 árvores teriam sido retiradas do interior do Parque de Exposições sem a devida autorização ambiental. Se confirmado, o fato configura uma infração administrativa e pode caracterizar crime ambiental, conforme prevê a legislação federal e o Decreto Municipal nº 0337/2018. Mesmo que sejam espécies exóticas, o corte exige autorização do órgão competente. A regra é clara: a supressão só pode ocorrer com justificativa técnica, compensação ambiental e total transparência.

O vereador pede explicações ao Instituto Ambiental de Maringá (IAM) e ao prefeito Silvio Barros, questionando se as normas municipais e estaduais foram respeitadas, se houve emissão de Autorização Florestal Simplificada e se o parecer do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema) foi observado. Ele também solicita cópia de toda a documentação relacionada ao caso.

Mais do que um ato de fiscalização, a iniciativa do Professor Pacífico é um gesto de compromisso com o futuro. Em uma cidade que construiu sua identidade sobre o verde e o planejamento urbano, a derrubada de árvores, ainda que exóticas, sem clareza e sem debate público, representa um retrocesso. A vegetação de Maringá é parte viva da sua história, do seu clima e da sua qualidade de vida. Cada árvore cortada sem critério é um pequeno desequilíbrio que se soma a tantos outros e que, pouco a pouco, compromete o que temos de mais valioso: o equilíbrio ambiental.

É importante lembrar que preservar não é um ato ideológico, mas uma necessidade prática. A natureza não tem partido, tem limites. E quando esses limites são ultrapassados, as consequências recaem sobre todos nós.

Agora, cabe ao Instituto Ambiental de Maringá e à Prefeitura prestar contas com transparência. Se o corte foi autorizado, que se mostrem as razões técnicas e as compensações realizadas. Se não foi, é preciso apurar responsabilidades e aplicar as penalidades previstas em lei. O que não se pode aceitar é o silêncio.

Maringá precisa continuar sendo exemplo de cidade verde, mas isso só será possível se o discurso vier acompanhado de atitudes coerentes. Cuidar do meio ambiente não é apenas plantar árvores; é respeitar as que já existem, entender seu papel no ecossistema e reconhecer que nelas está um pedaço da nossa própria vida. Proteger o meio ambiente é proteger a cidade, o presente e, sobretudo, o futuro.

Redação O Diário de Maringá

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