Especialista destaca tendências para educação em 2026

A educação brasileira está vivendo um momento de mudanças aceleradas. Fatores como a pandemia, avanços tecnológicos e a demanda de um mundo globalizado têm levado redes de ensino, escolas e instituições a repensarem metodologias e currículos. Para 2026, várias tendências pedagógicas despontam com força, apontando para uma educação mais personalizada, conectada e orientada ao desenvolvimento integral do aluno. No Brasil, algumas redes já começam a se antecipar a esse cenário.
Para Deborah Anastacio, diretora do Elite Rede de Ensino, rede do Grupo Salta Educação, a educação precisa ir além da preparação para exames e vestibulares: “Não queremos que os alunos sejam apenas consumidores de tecnologia, mas protagonistas capazes de criar, refletir e transformar o mundo por meio dela”.
Algumas das principais tendências pedagógicas para 2026:
1. Soft skills e competências socioemocionais
O perfil buscado pelo mercado de trabalho exige cada vez mais habilidades como comunicação, proatividade, colaboração, flexibilidade, resolução de problemas e inteligência emocional. Um levantamento deste ano do Instituto Reciclar em parceria com o CIEE mostra que empresas valorizam cada vez mais as habilidades socioemocionais no ingresso de jovens no mercado de trabalho. Escolas estão incorporando essas competências em projetos interdisciplinares, dinâmicas colaborativas e atividades de grupo, não apenas como complemento, mas como parte integrada do currículo.
Exemplos disso são o Laboratório Inteligência de Vida, do Grupo Salta Educação, um programa de educação socioemocional que ajuda os alunos a desenvolverem autoconhecimento, empatia e gestão de emoções, e o Palco Elite, no qual os estudantes participam de todas as etapas de uma produção teatral (do roteiro à divulgação), vivenciando responsabilidades diversas, colaborando em equipe, lidando com imprevistos e exercitando comunicação assertiva, resiliência e criatividade.
2. Learning Analytics e uso de dados educacionais (Data‑Driven Education)
Capturar dados de desempenho, engajamento, dificuldades dos alunos para antecipar problemas, avaliar quais metodologias funcionam ou não, personalizar intervenções. Isso requer infraestrutura e formação docente para interpretar os dados e cuidar da privacidade.
O uso de dados para entender desempenho estudantil já está em crescimento. Neste guia, educadores reúnem conceitos, boas práticas e referências úteis para quem quer iniciar ou aprofundar esse processo. Plataformas educacionais brasileiras já oferecem dashboards, relatórios de engajamento e feedbacks que permitem intervenções mais rápidas. A ideia é tornar a escola mais responsiva e menos reativa.
3. Tempo integral escolar como fator de melhoria de aprendizagem
Modelos de escola em tempo integral têm mostrado impacto mensurável no aprendizado de disciplinas. A ampliação do tempo de permanência dos alunos na escola permite mais horas para reforço, atividades complementares, projetos, esportes, artes etc., favorecendo um desenvolvimento mais amplo.
Uma pesquisa do Instituto Sonho Grande aponta que estudantes de escolas estaduais com oferta de ensino médio integral (EMI) tiveram desempenho geral no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 mais alto do que o de alunos de unidades de turno parcial.
4. Alfabetização em inteligência artificial e pensamento computacional
O tema IA está emergindo como disciplina ou componente curricular em diversas instituições, voltado não apenas ao uso de ferramentas, mas ao entendimento ético, crítico e à capacidade de inovar. Países como China e EUA já introduzem IA em seus currículos escolares. A Unesco, em 2024, lançou um framework global de competências em IA para a educação básica, reforçando a urgência desse movimento na educação.
Em 2025, o Grupo Salta Educação, do qual o Elite faz parte, anunciou a inclusão da disciplina de IA em suas escolas. O Elite será uma das primeiras redes a colocar essa decisão em prática de forma estruturada. A disciplina de IA será oferecida semanalmente do 6º ao 9º ano, conectando conteúdos a áreas como Matemática, Ciências e Redação.
Além da formação dos alunos, o Elite também investe na capacitação de professores. Em 2025, toda a equipe docente participa de um curso de Letramento em IA, seguido de formações específicas, possibilitando que os educadores estejam preparados para mediar aprendizagens significativas.
5. Educação bilíngue e internacionalização
O ensino bilíngue deixou de ser um diferencial e passou a ser uma tendência consolidada. Pesquisas apontam que a exposição a dois idiomas desde cedo melhora funções cognitivas, amplia repertório cultural e prepara os alunos para um mercado de trabalho globalizado. Além disso, escolas com programas de internacionalização oferecem experiências multiculturais e intercâmbios acadêmicos.
No Elite, a partir do próximo ano letivo, todas as unidades da rede implementarão o Currículo Be nas turmas da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Nas unidades que já oferecem o programa, o inglês será expandido para as turmas do 6º ano. Em parceria com a National Geographic Learning, a proposta é baseada na metodologia STEAM, em que o inglês é utilizado como meio para explorar Matemática, Ciências e Artes em projetos interdisciplinares.
“A escola precisa estar alinhada às demandas do século XXI. No Elite, o currículo bilíngue e a disciplina de inteligência artificial chegam para ampliar as oportunidades de aprendizado. Mais do que preparar para o futuro, precisamos preparar os alunos para o presente. Cada aluno deve desenvolver autonomia, pensamento crítico e fluência digital, atributos que farão diferença tanto em sua vida escolar quanto profissional. Tudo isso em um reforço contínuo com a capacitação dos professores e parceria com as famílias”, reforça Deborah.