Método Paraná: A conta amarga da privatização da educação pública no governo Ratinho Junior
As recentes denúncias de assédio moral contra professores do Colégio Estadual Dirce de Aguiar Maia, em Maringá, levantam um alerta grave sobre os rumos da educação pública no Paraná. A unidade, entregue à iniciativa privada pelo programa “Parceiro da Escola”, tornou-se mais um símbolo das consequências de um modelo de gestão que, sob o pretexto de eficiência, tem gerado insegurança, pressão e adoecimento entre os profissionais da educação.
Segundo nota da APP-Sindicato, há relatos de situações de extrema gravidade envolvendo educadores da instituição. A entidade afirma estar acompanhando o caso de perto, oferecendo acolhimento aos profissionais e tomando providências jurídicas junto ao Núcleo Regional de Educação (NRE) e à Secretaria Estadual de Educação (Seed). O sindicato também reforça sua posição contrária ao programa, que considera inconstitucional, por transferir a gestão de escolas públicas a empresas privadas, enfraquecendo vínculos trabalhistas e desestruturando o ambiente escolar.
O episódio, lamentavelmente, não é isolado. Desde a implantação do programa, denúncias de assédio, perseguição e precarização do trabalho têm se multiplicado. A lógica empresarial aplicada à escola pública ignora a natureza essencialmente humana e pedagógica do ambiente escolar. Educação não é mercadoria — é direito constitucional, e cabe ao Estado garantir condições dignas para quem ensina e para quem aprende.
O caso do Colégio Dirce de Aguiar Maia expõe o que especialistas e entidades vêm alertando há meses: a privatização da gestão escolar não resolve os problemas da educação pública — apenas os transfere, agravados pela falta de transparência e de responsabilidade social. É preciso que as autoridades estaduais apurem as denúncias com rigor e que medidas efetivas sejam tomadas para proteger os educadores e restabelecer um ambiente de respeito e segurança nas escolas.
Enquanto isso, a sociedade deve refletir: qual o preço de transformar escolas em negócios? Quando a educação é colocada nas mãos do mercado, quem paga a conta são os profissionais, os estudantes e, em última instância, toda a comunidade.
Veja a Nota da APP Sindicato;
NOTA SOBRE INFORMAÇÕES DE ASSÉDIO MORAL EM COLÉGIO DE MARINGÁ PRIVATIZADO VIA PARCEIRO DA ESCOLA
A APP-Sindicato tomou conhecimento, nesta quarta-feira (22), das informações divulgadas nas redes sociais e em aplicativos de mensagens sobre a ocorrência de extrema gravidade decorrentes de assédio moral contra educadores(as) do Colégio Estadual Dirce de Aguiar Maia, em Maringá, que teve a sua gestão transferida para a iniciativa privada através do Programa Parceiro da Escola.
Informamos que as Diretorias Regional e Estadual da APP-Sindicato estão acompanhando o caso e apurando os detalhes. A Direção Regional da APP-Sindicato está tomando todas as medidas, como o acolhimento na escola, buscando os relatos, acolhendo a situação de saúde da professora, em especial, e de todos(as) os(as) profissionais da escola. Sobre as medidas jurídicas para a situação extrema de assédio, a Direção Regional também apresentará queixa junto ao NRE e a Direção Estadual junto à Seed.
Reiteramos nossa contrariedade a este programa inconstitucional que vende nossas escolas para empresas privadas, fragiliza as relações de trabalho e precariza a educação pública. Da mesma forma, continuamos nossa luta para cessar a política imposta pela Seed de assédio e adoecimento nas escolas. Orientamos que todas as denúncias sejam encaminhadas ao nosso Departamento Jurídico através do e-mail denuncias@app.com.br.
Curitiba, 23 de outubro de 2025
Direção Estadual da APP-Sindicato
