Inovações oftalmológicas ampliam independência de óculos

Inovações oftalmológicas ampliam independência de óculos

Cerca de 285 milhões de pessoas no mundo têm algum grau de deficiência visual, e entre 60% e 80% desses casos poderiam ser evitados ou tratados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme publicou o Ministério da Saúde (MS).

No Brasil, em torno de 19% da população têm algum grau de deficiência visual, e deste total, mais de 6 milhões de pessoas enfrentam limitações severas de visão. Os dados, divulgados pela Agência Brasil, são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Dr. Guy Romaguera Canto, médico e oftalmologista, afirma que apesar da cirurgia refrativa — feita a laser — ainda ser a principal opção para corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo e permitir que o paciente fique livre do uso de óculos ou lentes de contato, há alternativas modernas para situações específicas.

"As cirurgias do cristalino com lentes premium como Extended Depth of Focus (EDOF), Enhanced Monofocal Vision (EMV) ou trifocal — é indicada quando já existe presbiopia ou catarata inicial, especialmente para pacientes que buscam ampla independência dos óculos após os 50 anos", explica o especialista.

O MS alerta que a catarata — perda progressiva da transparência do cristalino, causada por uma opacidade —, é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo. O envelhecimento é a causa mais comum no surgimento da condição ocular.

Segundo o oftalmologista, as IOLs (Intraocular Lens, ou Lentes Intraoculares) são lentes artificiais monofocais avançadas que substituem o cristalino, como EDOF, com menos halos e a trifocal, que melhora a visão de perto. "A escolha é feita de acordo com a pupila, tolerância a fenômenos noturnos, profissão e expectativas do paciente", afirma.

Inovações oftalmológicas recentes

O Dr. Guy Romaguera Canto aponta planejamentos guiados por topografia e aberrometria, inteligência artificial (IA) e tomografia de alta definição para triagem, plataformas mais rápidas que proporcionam maior conforto e implantes de lentes com desenho moderno, como EDOF não-difrativas, EMV (Rayner) e trifocais de nova geração como principais inovações para independência de óculos.

"A IA tem tornado os procedimentos mais seguros e eficazes, especialmente na avaliação detalhada do paciente no pré-operatório, exames medem com precisão diferentes partes do olho e reduzem resultados inesperados na visão após a cirurgia, novas fórmulas trazem maior acurácia no cálculo das lentes e o rastreamento ocular e controle de ciclotorsão melhoram o alinhamento do astigmatismo e a precisão do tratamento", conta o médico.

O oftalmologista reforça que as novas técnicas e equipamentos têm ampliado o público elegível para os procedimentos e exemplifica. "A tecnologia a laser SMILE Pro expandiu as faixas, incluindo hipermetropia e astigmatismos maiores em alguns centros, em tempos mais curtos. Candidatos antes limítrofes hoje têm opção. A ICL EVO/EVO+ para altas miopias, córneas finas ou olhos secos, permitiu a independência de espessura corneana e proporciona rápida recuperação".

A Lente Fáquica Implantável (ICL, ou Implantable Collamer Lens) é uma lente intraocular que é colocada dentro do olho, atrás da íris e à frente do cristalino natural, sem remover tecido da córnea, indicada normalmente em casos de graus altos, córnea fina ou olhos secos relevantes.

Critérios de elegibilidade

De acordo como especialista, os critérios de elegibilidade para a ICL são a profundidade da câmara anterior — espaço entre a córnea e o cristalino —, os ângulos do olho, a contagem endotelial — células da superfície interna da córnea — e o vault previsto — espaço entre a lente e o cristalino natural.

"Também são analisados fatores como estabilidade refrativa, saúde ocular  —se há condições como olho seco, alergias, hábito de coçar os olhos ou ceratocone —, diâmetro pupilar, profissão, hábitos noturnos e expectativa de qualidade de visão, um equilíbrio entre independência dos óculos e presença de halos", detalha o profissional.

O médico ressalta a importância da preparação para o procedimento. Segundo ele, tratar a síndrome do olho seco, controlar alergias e evitar de coçar o olho antes melhora a qualidade de visão pós-operatória e reduz risco de regressão e ectasia — enfraquecimento e afinamento progressivo da córnea.

"Atualmente não existe uma cirurgia para todos os pacientes. Hoje personalizamos, por exemplo, um procedimento a laser guiado por topografia/SMILE, ICL ou IOL premium conforme a córnea, idade, estilo de vida e expectativa estética e funcional do paciente", conclui.

Para mais informações, basta acessar: guycanto.com.br/

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