Como estimular a leitura na era da informação compacta e instantânea
Como estimular a leitura na era da informação compacta e instantânea
No Dia Nacional do Livro (29/10), professoras do UniCuritiba dão dicas práticas para transformar o ambiente digital em um aliado no estímulo à leitura
O mercado editorial brasileiro luta para sobreviver à ascensão das redes sociais e à era da impaciência, moldada pelo consumo de informações cada vez mais compactas e instantâneas. Em quatro anos, o país perdeu quase 7 milhões de leitores, com recuo em todas as faixas etárias, classes sociais e níveis de escolaridade. Os dados são da 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2024.
A retração é resultado de um combo de fatores, em especial a renda comprimida, que reduz o gasto cultural, e a concorrência com conteúdos instantâneos (vídeos curtos, feeds e notificações) que treinam o cérebro para estímulos rápidos.
Ainda segundo a pesquisa Retratos da Leitura, só 18% dos brasileiros enxergam a biblioteca como espaço de empréstimo, um indicador de percepção que também impacta o acesso aos livros.
Em paralelo, o Paraná mostra sinais positivos. A Biblioteca Pública encerrou 2024 com mais de 215 mil cadastros ativos e cerca de 61 mil empréstimos no ano, além de um fluxo diário próximo de mil pessoas.
No ambiente escolar os bons números se repetem. Em 2025, estudantes da rede estadual ultrapassaram 1,1 milhão de livros lidos na plataforma Leia Paraná, 300% a mais do que em 2024. Um levantamento da Secretaria de Estado da Educação mostra que foram 6,1 milhões de empréstimos e 1 milhão de horas de leitura acumuladas.
Por que isso importa?
O Dia Nacional do Livro, comemorado em 29 de outubro, chega com um paradoxo: o país lê menos, mas quando a escola e as políticas públicas conectam o livro à cultura digital, a leitura pode voltar a crescer.
Para a pedagoga Vivian Farias, professora do curso de Pedagogia do UniCuritiba, essa discussão se impõe para redes de ensino, editoras, bibliotecas e famílias. “O grande desafio é fazer do ecossistema digital um aliado. E para conseguir isso é preciso menos culpabilização da tela, mais pontes entre formatos digitais e físicos, mediação docente e acesso facilitado aos livros, seja por meio de empréstimo, compra ou plataformas online.”
Na avaliação da psicóloga Eliane Mion, a leitura continuada treina habilidades hoje sufocadas pelo excesso de estímulos. “Incentivar a leitura ativa diversas regiões cerebrais, estimulando a atenção, a memória, a linguagem e contribui para o pensamento abstrato e resolução de problemas”.
Professora do curso de Psicologia do UniCuritiba, ela continua: “A leitura deve ser incentivada na infância, pois, além de favorecer a alfabetização, ajuda a consciência fonológica e a organização do pensamento. Para os adultos, além dos benefícios de expandir o vocabulário, aprimorar a capacidade de concentração, raciocínio e interpretação, pode ser utilizada como estratégia de coping, ou seja, uma forma de reduzir a ansiedade e aliviar o estresse”.
Dicas práticas para retomar o hábito da leitura
Para transformar o “scroll infinito” das telas em porta de entrada para livros, as professoras do UniCuritiba – instituição da Ânima Educação – dão algumas recomendações práticas:
1. Pequenas metas diárias (10–15 minutos): mantenha doses diárias e constantes de leitura. Isso ajuda a consolidar o hábito. Apps de e-book e audiolivro são ótimas opções para “encaixar” a leitura no transporte e nas esperas.
2. Do vídeo ao livro: use conteúdos curtos como gancho (teasers de capítulos, por exemplo). Ler pequenos trechos, frases ou resumos curtos e provocativos ajuda a despertar a curiosidade. Depois, migre para a leitura profunda do texto completo.
3. Comunidades e desafios: participe de clubes de leitura com metas (exemplo: um livro por mês) e junte-se a grupos de discussão de resenhas de livros.
4. Ambiente sem notificações: crie um “tempo-livro”, deixando o celular no modo silencioso. Isso aumenta a atenção à leitura e evita distrações.
5. Curadoria por interesse: escolha os livros por temas e gêneros favoritos. Isso aumenta o engajamento e melhora a taxa de conclusão da leitura. “Devemos ler o que gostamos até aprender a gostar de ler”, ensina Eliane Mion.
De acordo com a pedagoga Vivian Farias, professora nas disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura Infanto-Juvenil, ler é um ato de presença e de resistência em tempos de distração. “Em meio à avalanche de informações rápidas, o livro oferece o tempo da escuta, da pausa e da reflexão. Estimular a leitura é ensinar o cérebro a desacelerar e isso é essencial para manter o equilíbrio emocional e o pensamento crítico na era digital.”
Para finalizar, a professora Eliane lembra que a leitura é um instrumento de desenvolvimento humano. “Ela nos ajuda a pensar, sentir, imaginar, reforçar vínculos e cuidar de nossa saúde mental.”
Sobre o UniCuritiba
O UniCuritiba completa 75 anos de tradição e excelência em 2025. A instituição é reconhecida como referência entre os paranaenses e, pelo MEC, como uma das melhores instituições de ensino superior de Curitiba (PR).
Destaca-se por ter um dos melhores cursos de Direito do país, com selo de qualidade OAB Recomenda em todas as suas edições, além de ser referência na área de Relações Internacionais.
Integrante do maior e mais inovador ecossistema de ensino de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima, o UniCuritiba conta com mais de 70 opções de cursos de graduação em todas as áreas do conhecimento, além de pós-graduação, mestrado e doutorado.
Possui uma estrutura completa e diferenciada, com mais de 60 laboratórios e professores mestres e doutores com vivência prática e longa experiência profissional. O UniCuritiba tem seu ensino focado na conexão com o mundo do trabalho e com as práticas mais atuais das profissões, estimulando o networking e as vivências multidisciplinares.


