Fahur seria um bagre ensaboado que defende os tubarões da sonegação e pune bandidos pé de chinelo?
Conforme o Maringá News , do Jornalista Angelo Rigon, o discurso de “tolerância zero” do deputado federal Sargento Fahur (PSD) parece ter um endereço certo, e não é o da elite econômica. Quando chegou à Câmara com o bordão “bandido bom é bandido morto”, Fahur prometia justiça sem distinção. Mas, na prática, seus votos e atitudes mostram que o rigor vale apenas para os criminosos pé de chinelo.
Um exemplo recente expõe essa contradição. O parlamentar foi um dos 50 votos contrários à urgência do projeto que combate os chamados “tubarões da sonegação”, aqueles grandes devedores que drenam bilhões dos cofres públicos e prejudicam o país muito mais do que o pequeno infrator. Enquanto a proposta buscava acelerar a punição dos grandes sonegadores, Fahur preferiu segurar a maré ao lado de 35 parlamentares do Partido Liberal, o mesmo que brada “Deus, pátria e família”, mas parece fechar os olhos para os crimes de colarinho branco.
A incoerência salta aos olhos. Onde está a tolerância zero com os tubarões? O deputado, conhecido por transformar suas redes sociais em um tribunal, prefere atacar os “bagrinhos”, aqueles que vivem nas profundezas da desigualdade, sem advogados milionários ou conexões políticas.
A queda em sua votação nas últimas eleições talvez seja reflexo disso. O estilo truculento e o moralismo seletivo estão cansando. Ser contra bandido é fácil; difícil é ser contra todos os bandidos, inclusive os que usam terno, gravata e influência para roubar da sociedade.
Em tempos de descrédito na política, a sociedade espera coerência. Ou se combate o crime em todas as suas formas, ou o discurso de “tolerância zero” não passa de bravata eleitoral.
Fahur seria um bagre ensaboado que defende os tubarões da sonegação e pune bandidos pé de chinelo? Essa é a pergunta que fica no ar.
