A SRM deve pedir menos ao poder público e fazer mais pelos maringaenses?
Durante entrevista à Jovem Pan FM nesta segunda-feira (10), o presidente eleito da Sociedade Rural de Maringá (SRM), Henrique Pinto, que assume o cargo hoje, afirmou que pretende buscar apoio da Itaipu Binacional e até dos governos estadual e federal para instalar bebedouros e promover outras melhorias no Parque de Exposições.
A declaração chamou a atenção. Afinal, trata-se de uma festa particular, organizada por uma entidade privada que utiliza um espaço público. Esperava-se que, em vez de pedir mais ajuda, a SRM retribuísse à cidade de Maringá parte do que arrecada com a Expoingá, um evento grandioso que movimenta a economia local, mas também gera lucros expressivos.
É inegável que a Expoingá tem grande importância cultural e econômica. O evento atrai milhares de visitantes, movimenta hotéis, restaurantes e gera centenas de empregos temporários. No entanto, segundo o próprio Henrique Pinto, mais de 400 mil pessoas passam pelo parque durante a feira. Mesmo que nem todos paguem ingresso, muitos consomem dentro do evento, e a SRM arrecada valores que se aproximam de um prêmio de Mega-Sena acumulada.
Por isso, está na hora de a SRM olhar com mais generosidade para Maringá. Se a cidade oferece estrutura, segurança e apoio institucional, é justo que a entidade retribua com ações concretas, como projetos sociais, investimentos em infraestrutura urbana e parcerias que beneficiem a população.
Em vez de buscar recursos públicos para algo tão básico quanto bebedouros, a SRM poderia demonstrar sua força financeira e compromisso social, financiando essas iniciativas com recursos próprios. Assim, mostraria que reconhece o valor da cidade que acolhe e sustenta o seu maior evento.
A Expoingá é motivo de orgulho para Maringá, mas esse orgulho precisa ser recíproco. A SRM deve pedir menos ao poder público e fazer mais pelos maringaenses. Aliás, deve solicitar apenas o que realmente é necessário, como por exemplo a autorização para o corte de árvores, algo que, neste caso, não foi feito.
Veja o programa e a entrevista na íntegra aqui:


