A boa sintonia começa com o respeito à frequência do outro
Concorrência saudável e respeito ao espectro
O rádio maringaense sempre se destacou pela diversidade e pela qualidade de suas emissoras. Cada estação constrói sua identidade, conquista seu público e ocupa uma faixa de frequência definida pela Anatel. Essa regulação existe para garantir a convivência equilibrada entre todas, promovendo um ambiente de concorrência saudável.
No entanto, nos últimos meses, surgiram relatos de que essa harmonia pode estar em risco, o que levanta preocupações no setor da comunicação local.
Relatos de interferência no dial
Segundo técnicos e profissionais do ramo, há indícios de que a Maringá FM (97,1 MHz) transmite com potência acima do ideal ou apresenta leve desvio de frequência. Como resultado, essa variação pode provocar interferências no sinal de rádios vizinhas, gerando ruídos, sobreposição e perda de qualidade na recepção.
Esse fenômeno, conhecido como interferência prejudicial, ocorre quando uma emissora ultrapassa o espaço que deveria ocupar no espectro. Assim, uma frequência acaba “invadindo” a outra, o que prejudica tanto as emissoras quanto o público que tenta ouvir com clareza.
Aspectos legais e princípios de igualdade
Se a Anatel confirmar essas ocorrências, o caso deixará de ser apenas técnico e passará também a envolver princípios de isonomia entre concessões públicas. Isso porque o espectro de radiofrequência é um bem coletivo, pertencente à União e de uso compartilhado.
A Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997) é clara ao afirmar que nenhuma emissora pode operar de forma a causar prejuízo a outra que esteja regular e devidamente autorizada. Portanto, qualquer desrespeito a esses parâmetros fere não apenas as normas técnicas, mas também o equilíbrio concorrencial e a confiança do público.
Limites técnicos e responsabilidade das emissoras
As normas da Anatel estabelecem limites rigorosos de potência e ocupação de faixa. Dessa forma, quando uma emissora ultrapassa esses parâmetros, o resultado imediato pode ser a redução do alcance e da qualidade do sinal das concorrentes.
Além disso, esse comportamento interfere na diversidade informativa, um dos pilares mais importantes do rádio brasileiro. É fundamental que cada emissora reconheça sua responsabilidade e adote medidas para garantir a integridade técnica de suas transmissões.
Impactos no público e na credibilidade do setor
A interferência entre rádios vai muito além de uma disputa técnica. Ela afeta diretamente o ouvinte, que perde qualidade de sinal, e o anunciante, que deixa de alcançar seu público com clareza. Como consequência, todo o setor perde credibilidade.
O rádio, que construiu sua história com base na confiança, na proximidade com o público e na informação de qualidade, precisa preservar essa relação. Assim, operar com responsabilidade técnica e ética é essencial para manter a credibilidade conquistada ao longo das décadas.
Fiscalização e dever de conformidade
A Anatel, responsável pela fiscalização do uso do espectro, deve analisar os relatos e adotar medidas adequadas para corrigir eventuais irregularidades. Ao mesmo tempo, as emissoras precisam manter seus equipamentos calibrados e suas licenças em conformidade com as autorizações concedidas.
Dessa forma, o setor garante que todas as rádios atuem em igualdade de condições e que o público receba um sinal limpo e estável, como determina a legislação vigente.
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Maringá e a responsabilidade na comunicação
Maringá é reconhecida nacionalmente como um polo de comunicação e inovação. Por isso, ética, equilíbrio e respeito às normas devem continuar orientando quem fala aos microfones da cidade.
Afinal, a boa sintonia começa com o respeito à frequência do outro. Somente com diálogo, responsabilidade e transparência será possível preservar o prestígio do rádio maringaense.
O espaço permanece aberto para que a Maringá FM (97,1 MHz) apresente seus esclarecimentos ou contrapontos, caso deseje.


