“Dirce Merlin Clève: uma vida entre letras, escolas e sonhos”, a história deuma trajetória dedicada à educação
A paixão pela leitura acabou mudando a vida da menina que era vista em todos os lugares com um livro debaixo do braço. E mudou também a vida dos alunos dessa leitora incansável que se tornou uma das mais respeitadas educadoras do Paraná, como mostra a biografia “Dirce Merlin Clève: uma vida entre letras, escolas e sonhos”, do jornalista Diego Antonelli, lançado nesta quinta-feira (13) no UniBrasil.
Professora marcante para quem conviveu com ela nas salas de aula, Dirce Clève foi aluna de Helena Kolody, uma das maiores poetisas do Brasil – o que despertou ainda cedo o hábito da leitura e a paixão pelas descobertas. Decidida a trabalhar com educação, que considera a melhor forma de contribuir com a sociedade e ajudar a tornar o mundo melhor, se formou em Letras e fundou a Escola Professor Brandão, em Pitanga. Instalou o ensino ginasial, de 5ª a 8ª série, foi diretora e professora de Língua Portuguesa e Estudos Sociais.
Após deixar as salas de aula, seguiu em atividade. Como voluntária da organização Soroptimist International, desenvolveu trabalhos na área dos direitos humanos e atuou na luta contra a exploração das meninas e mulheres vítimas de tráfico sexual. Como pesquisadora e educadora, manteve a rotina de estudos e palestras, escreveu artigos e publicou três livros: “Direitos Humanos para Mulheres e Meninas” (2007) e “Descobrindo Novos Horizontes” (2012) e “A Família Pschera” (2024), sobre a trajetória de sua família materna.
“Dirce Merlin Clève: uma vida entre letras, escolas e sonhos” oferece ainda um bom panorama do período de crescimento e urbanização do Paraná, das ruas de terra de Pitanga, cidade que ela ainda carrega no coração, à chegada à capital. E mostra o lado familiar da educadora, que é apaixonada por plantas, hábil com as agulhas de tricô e tem mãos mágicas para a cozinha, como definem os filhos.
Aos 91 anos, Dirce Merlin Clève avisa que não pretende parar. “Vou continuar, publicar novos livros. Tenho uma porção de coisas diferentes, muito material escrito, tem muita coisa que eu ainda quero juntar”. Até hoje, conta a professora, ex-alunos demonstram carinho pelo trabalho desenvolvido – para ela, o mais gratificante. “Recebi esses dias um aluno de Pitanga, que hoje trabalha na Bahia. Ele veio agradecer por tudo que eu fiz pela escola e pelos alunos na década 1960. São coisas que valem a pena, eles não esquecem da gente”.


