Maringá Encantada, Comerciantes Desencantados
Maringá está novamente iluminada pelo espírito natalino, mas, ao mesmo tempo, parte do comércio parece caminhar na direção contrária. Essa percepção não é nova. Quando o prefeito Ulisses Maia implantou pela primeira vez a Maringá Encantada, a iniciativa foi alvo de inúmeras críticas. Com o tempo, porém, a população entendeu que se tratava de um excelente negócio para a cidade, movimenta a economia, atrai turistas e gera qualidade de vida para o maringaense.
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Desde aquela época, entretanto, ficou evidente que uma parte do empresariado, justamente um dos segmentos mais beneficiados pelo fluxo gerado, especialmente o varejo, nunca comprou completamente a ideia. Muitos comerciantes, independentemente da localização, não fazem a sua parte: não enfeitam as fachadas, não tornam seus produtos mais atrativos, não promovem ações especiais e, em alguns casos, sequer demonstram interesse em colaborar com o clima natalino.
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Antes de criticar o poder público, é necessário observar o que a classe empresarial tem feito para deixar a cidade mais interessante e acolhedora para o consumidor. A comparação com outras cidades turísticas deixa ainda mais evidente a diferença. No ano passado, ao visitar Gramado, pude perceber o envolvimento muito maior entre prefeitura e comércio. O setor público ilumina, promove eventos e estrutura a cidade. O setor privado, por sua vez, cumpre sua parte, com vitrines enfeitadas, produtos especiais, cuidado com a limpeza e até preocupação em não deixar caixas de papelão acumuladas na frente das lojas.
Funciona porque existe parceria. Funciona porque cada um entende sua responsabilidade.
O Natal Encantado depende tanto do poder público quanto do privado. Em Maringá, porém, parece que grande parte dos comerciantes ainda não comprou essa ideia. E não adianta justificar com impostos ou custos elevados, pois quem paga a conta final é sempre o consumidor. O que parece faltar, na verdade, é comprometimento.
Se a cidade quer ser referência turística e continuar colhendo os frutos de um Natal que já provou ser lucrativo e transformador, é fundamental que o empresariado deixe o desencanto de lado e participe mais ativamente. Uma cidade encantada não se constrói sozinha. É uma obra coletiva.


