Ratinho Junior faz o mesmo que Adriano José e tenta G** com o P** dos outros?
A manchete é uma referência a uma fala de Luciane Galo sobre Adriano José, agora seguida por Ratinho Junior
O governador Ratinho Junior voltou a transformar políticas públicas federais em instrumento de autopromoção, repetindo uma prática já conhecida: tentar se apropriar de conquistas do governo federal como se fossem realizações próprias. Foi assim quando rebatizou o Minha Casa, Minha Vida de Casa Fácil para esconder que mais de 90% das moradias entregues no Paraná vinham de recursos federais. E a cena se repetiu agora, na fronteira entre Brasil e Paraguai, com a tentativa frustrada de inaugurar a Ponte da Integração sem ter investido um centavo.
Observatório dos Pedágios: Transparência para garantir tarifas justas e obras entregues no Paraná
A disputa política entre Lula e Ratinho Junior ganhou contornos de novela na tríplice fronteira. O governador anunciou, por conta própria, a entrega da Perimetral Leste, acesso essencial à nova ponte. Mas o plano ruiu rapidamente. O DNIT barrou a liberação da via ao constatar que a obra não tinha condições mínimas de segurança: faltavam sinalização horizontal e vertical, defensas metálicas, barreiras de concreto e toda a infraestrutura obrigatória para qualquer via federal. A vistoria conjunta entre DNIT e PRF nem chegou a acontecer. Sem sinalização, sem segurança e sem responsabilidade técnica, a inauguração virou improviso de palanque.
O Código de Trânsito Brasileiro é explícito. O artigo 88 proíbe reabrir ou inaugurar vias pavimentadas sem sinalização adequada. Além disso, o DNIT responde objetivamente por acidentes caso libere uma obra insegura. O órgão, responsável legal e técnico, desautorizou qualquer festa política. Resultado: o governo do Paraná precisou cancelar às pressas o evento que pretendia dar supostamente ao governador a paternidade de uma obra federal.
A manobra tinha data e alvo. Lula deve vir ao Paraná entre os dias 19 e 20 de dezembro para inaugurar oficialmente a ponte. Ratinho, para não perder o palco, tentou antecipar-se. O gesto político era claro: disputar crédito, criar narrativa e aparecer como protagonista de uma infraestrutura que não foi financiada pelo Estado. Mas a engenharia técnica e política não sustentou a pressa.
Os números são incontornáveis. Mais de 752 milhões de reais foram investidos no complexo logístico da tríplice fronteira, somando a Ponte da Integração, a Perimetral Leste e as aduanas. Todos os recursos são federais, financiados pela Itaipu Binacional sob gestão do governo Lula. O Estado do Paraná apenas fiscalizou o convênio. Nenhum real saiu do caixa estadual.
A repercussão foi imediata. O secretário-geral do PT no Paraná, André Vargas, chamou o governador de mesquinho, afirmando que Ratinho tentou vender a obra como estadual. Nas redes da fronteira, o episódio rendeu ao governador o troféu irônico Chupim de Ouro, criado pelo sindicalista Messias Obama das Araucárias, oferecido a autoridades que tentam capitalizar realizações alheias.
Ratinho mira 2026 e busca construir musculatura eleitoral para competir com nomes da direita nacional como Tarcísio de Freitas. Mas a tentativa de ocupar o protagonismo federal no Paraná mostrou-se mais um tiro no pé. Lula terá o palco, a narrativa e as chaves da ponte. E a população verá quem de fato colocou dinheiro, planejamento e responsabilidade técnica na obra.
A tríplice fronteira expõe mais uma vez a disputa entre marketing e realidade. De um lado, um governo federal que investe pesado em infraestrutura estratégica. Do outro, um governador que tenta transformar verba federal em capital político próprio. Desta vez, a tática não resistiu ao primeiro teste de segurança. A ponte está sólida; o oportunismo de Ratinho, não.


