Colégio Militar de Paiçandu: o diretor Marcelo Enumo está batendo continência para a violência?

Colégio Militar de Paiçandu: o diretor Marcelo Enumo está batendo continência para a violência?

Existem situações de difícil compreensão, especialmente quando ocorrem dentro de um espaço que deveria ser sagrado: a escola. É ali que famílias, professores, funcionários e, principalmente, alunos, muitos deles adolescentes ou pré-adolescentes , depositam confiança absoluta em segurança, proteção e cuidado. Quando esse ambiente é ameaçado, toda a comunidade entra em estado de alerta.

Infelizmente, fenômenos preocupantes não são exclusivos de uma cidade ou país. Eles podem acontecer em qualquer escola do mundo. Mas quando ocorrem em instituições que se apresentam como modelos de disciplina e rigidez, o impacto é ainda maior.

Nos últimos meses, o Brasil acompanhou um episódio alarmante em um colégio cívico-militar de Curitiba. Alunos foram colocados para marchar entoando palavras de ordem com conteúdo de violência. A cena repercutiu nacionalmente porque revelava uma distorção grave do propósito educativo e acendia um alerta sobre o uso inadequado de símbolos militares no ambiente escolar.

Agora, em Paiçandu, outro sinal amarelo surge no Colégio Cívico-Militar Vercindes Gerotto dos Reis.

Informações que circulam entre familiares, alunos e funcionários indicam que um servidor da unidade estaria respondendo a um processo com medida protetiva, ligado à Lei Maria da Penha, incluindo proibição de aproximação da vítima. Este editorial não confirma nem nega essas informações. Isso cabe unicamente aos documentos oficiais. O que está em debate aqui é a postura administrativa diante de uma situação delicada e de natureza sensível.

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Por isso, a pergunta da manchete não é um exagero. Ela é consequência direta do silêncio que se instalou: em um colégio militar, o diretor Marcelo Enumo está batendo continência para a violência?

O que significa bater continência?
No universo militar, bater continência é um gesto de respeito e reconhecimento à autoridade. É sinal de obediência. No uso figurado, representa aceitar passivamente uma situação, curvar-se ao problema, agir como se aquilo fosse normal ou inevitável.
Quando a direção silencia diante de um assunto que coloca a comunidade escolar em apreensão, transmite a imagem simbólica de estar batendo continência não à disciplina, mas à própria omissão.

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A preocupação cresce porque, segundo relatos de alunos, funcionários e familiares, houve um visível “afrouxamento” das regras desde a mudança de direção. Para uma instituição que sempre foi reconhecida por gestões firmes e respeitadas, essa percepção de perda de rigor é grave.

Uma escola que exige disciplina dos alunos não pode falhar em demonstrar disciplina institucional. Uma instituição que se diz rígida não pode ser complacente na comunicação. Um colégio militar que se apresenta como exemplo precisa agir como exemplo, sobretudo quando enfrentado por um fato que demanda firmeza e transparência.

A comunidade escolar tem o direito de saber que medidas foram tomadas, se a Secretaria de Educação foi acionada, se existe procedimento interno em andamento e quais garantias estão sendo oferecidas para assegurar um ambiente seguro. O silêncio, neste contexto, gera insegurança e contradição com o próprio discurso militarizado da instituição.

Este editorial não acusa ninguém. Ele cumpre o papel de cobrar coerência e responsabilidade.

O diretor Marcelo Enumo deve explicações.
Deve postura.
Deve transparência.

E precisa demonstrar, na prática, que o Colégio Militar de Paiçandu não repetirá os erros vistos em Curitiba e que não aceitará, nem simbolicamente, bater continência para a violência.


Redação O Diário de Maringá

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