IA jurídica amplia produção de peças no Brasil

IA jurídica amplia produção de peças no Brasil

A nova plataforma de IA especializada na área jurídica, JusDinâmico, oferece geração automatizada de documentos com apoio de inteligência artificial especializada. O sistema, desenvolvido pelo Grupo Adali, permite aos advogados criar desde petições iniciais, requerimentos e contratos de baixa complexidade até recursos, defesas técnicas, embargos e pareceres jurídicos. A tecnologia foi treinada com linguagem jurídica e estruturada para respeitar normas processuais, organização lógica e fundamentação legal.

O uso de inteligência artificial (IA) na prática jurídica brasileira vem ganhando espaço em escritórios e departamentos jurídicos, especialmente diante do volume de processos que tramitam no país. Segundo o relatório Justiça em Números 2025, produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 39,4 milhões de novas ações foram iniciadas em 2024, o que representa aumento de 6,7% em relação ao ano anterior.

Apesar disso, o estoque de processos pendentes chegou a 80,6 milhões. Embora ainda elevado, o número é 5,3% menor do que o registrado em 2023. Nesse cenário, ferramentas capazes de acelerar a produção de peças jurídicas surgem como alternativa para lidar com a sobrecarga do sistema.

De acordo com Priscila Pinheiro, advogada e CEO do Grupo Adali, a proposta é que o sistema funcione como um ‘copiloto jurídico’. "Ao solicitar a criação de uma peça, o profissional insere parâmetros como fatos do caso e documentos. A partir disso, a IA retorna uma estrutura completa, com fundamentação compatível com a área do Direito, linguagem técnica e base legal atualizada. A entrega é feita com estrutura adequada, será revisada e personalizada pelo advogado com agilidade e confiança", explica.

O sistema opera com base em um banco de dados jurídico nacional atualizado continuamente, monitorando alterações legislativas e decisões relevantes. Essa atualização constante permite que as peças geradas estejam em conformidade com normas processuais vigentes e reflitam a linguagem técnica esperada pelos tribunais.

Gian Nunes, cofundador do Grupo Adali e especialista em tecnologia, afirma que foi necessário conciliar profundidade jurídica com personalização para que a ferramenta pudesse operar de forma técnica. "Era preciso treinar a IA com dados confiáveis, como decisões judiciais, doutrinas, normas e jurisprudência e, ao mesmo tempo, garantir que ela entendesse a estrutura formal e lógica das peças", destaca.

"Outro ponto importante foi desenvolver uma tecnologia que respeitasse a diversidade de estilos e demandas de cada área do Direito, mantendo flexibilidade sem perder o rigor técnico", acrescenta Nunes. Segundo ele, a plataforma permite que o advogado acrescente parâmetros específicos e contribuições próprias, com foco em garantir personalização e precisão. "A supervisão humana é parte essencial do processo", reforça.

A CEO ressalta que a plataforma é utilizada com frequência para demandas como petições iniciais, contestações, manifestações processuais, contratos e recursos simples. No entanto, há crescimento no uso da IA para peças mais robustas, como embargos, pareceres técnicos e recursos complexos.

"Isso mostra que os profissionais estão confiando na tecnologia não apenas para tarefas operacionais, mas também para construção argumentativa e apoio estratégico", afirma Pinheiro.

Nos casos em que o profissional precisa criar peças mais complexas, a executiva explica que o sistema permite ao advogado fornecer documentos, teses, decisões anteriores e contexto detalhado. "A partir dessas informações, a tecnologia estrutura a peça de forma lógica, respeitando o vocabulário técnico e incluindo fundamentos jurídicos coerentes com o caso."

"A IA não substitui o raciocínio jurídico, mas organiza e acelera a construção argumentativa, servindo como ponto de partida confiável para peças mais densas, que sempre serão revisadas pelo profissional responsável", completa.

A segurança das informações aparece como outro ponto central do sistema, que adota protocolos rígidos de proteção de dados, com criptografia de ponta a ponta, controle de acesso e armazenamento seguro em servidores protegidos. Os dados inseridos pelos advogados são utilizados apenas para a produção das peças e não são compartilhados ou armazenados indevidamente. "Toda a jornada dentro do JusDinâmico é individualizada e respeita o sigilo profissional e a LGPD", afirma Nunes.

Para os próximos cinco anos, o especialista projeta que a inteligência artificial se consolide como ferramenta essencial para escritórios e departamentos jurídicos. "O uso da tecnologia deixará de ser diferencial e passará a ser pré-requisito para eficiência, competitividade e escalabilidade. O JusDinâmico pretende estar na liderança desse movimento, ampliando funcionalidades, mantendo ética e elevando o padrão técnico da advocacia brasileira com tecnologia especializada", finaliza.

Para saber mais, basta acessar: https://jusdinamico.com.br/

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