Insistir em Guto Silva pode abrir caminho para a derrota de Ratinho Junior e PSD
Os números não deixam margem para dúvidas. Entre os nomes do PSD colocados até agora no tabuleiro da sucessão estadual de 2026, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi, aparece como o candidato mais viável, mais competitivo e mais consistente. A tentativa de empurrar outros nomes goela abaixo do eleitorado esbarra em um obstáculo simples e incontornável: a realidade medida pelas pesquisas.
Levantamento do Instituto Opinião mostra que Alexandre Curi tem mais que o triplo das intenções de voto do secretário das Cidades, Guto Silva, mesmo com todo o esforço de setores do Palácio Iguaçu para apresentá-lo como herdeiro natural do projeto governista. Em cenários estimulados com quatro diferentes quadros do PSD, Curi foi o que apresentou o melhor desempenho de forma recorrente.
Quando aparece como único candidato do partido do governador Ratinho Junior, Alexandre Curi alcança 16% das intenções de voto, contra 34% do senador Sergio Moro e 24% de Requião Filho. É um desempenho competitivo, especialmente considerando que o processo eleitoral ainda está distante. Rafael Greca, também testado como nome único do PSD, chega aos mesmos 16%, mas enfrenta uma distância maior em relação a Moro, que atinge 36%.
O contraste fica evidente quando se observa Guto Silva. No mesmo cenário, o secretário soma apenas 5% das intenções de voto. O vice-governador Darci Piana aparece ainda abaixo, com 4%. Em ambos os casos, os números indicam risco real de definição da eleição já no primeiro turno, algo que deveria acender o sinal de alerta dentro do próprio governo.
É verdade que Ratinho Junior desponta como um dos grandes cabos eleitorais do pleito. A pesquisa mostra que 35% dos eleitores afirmam que votariam no candidato indicado por ele. No entanto, outros 48% dizem que poderiam votar, dependendo de quem fosse o escolhido. Ou seja, a transferência de votos não é automática. O governador tem força, mas não carta branca para indicar qualquer nome sem lastro eleitoral.
Esse dado é crucial. Ele revela que o projeto de continuidade exige mais do que alinhamento político ou confiança pessoal. Exige viabilidade real, capacidade de diálogo e densidade eleitoral. E, nesse quesito, Alexandre Curi larga à frente.
O cenário em que Curi e Guto aparecem juntos, simulando uma eventual disputa por partidos diferentes, é ainda mais emblemático. Alexandre soma 11% das intenções de voto, enquanto Guto fica com apenas 2%, atrás inclusive de Paulo Martins e empatado com Ênio Verri. A diferença não é circunstancial, é estrutural.
A insistência em nomes com baixa competitividade pode custar caro ao PSD e abrir espaço para uma vitória confortável de Requião Filho, já que Sergio Moro, apesar de estar no União Brasil, no momento não tem legenda viabilizada para disputar. Se o partido quiser entrar forte na disputa de 2026, os dados são claros. Alexandre Curi não é apenas uma opção. Hoje, ele é o nome mais viável.


